Já se imaginou pisando em um local na situação da foto acima? Sinceramente, andar a pé pelas ruas do Recife está cada dia mais difícil, diante de tantas armadilhas que aparecem no nosso caminho. São muitas as pessoas que perguntam: “Você anda tanto pelas ruas, por todos os cantos, não tem medo de assalto?” Claro, que todo mundo tem que tomar cuidado, pois a violência não é brincadeira. E ela aparece de todas as formas. Mas, pelo menos, até hoje, para mim, o perigo maior está…. no chão. Até porque já perdi as contas das vezes que tive que imobilizar o pé, enfrentando inclusive lesões muito sérias.
Não estou sozinha. Tenho muitos amigos e amigas que já passaram por igual suplício. Pelo mesmo motivo. Andar pelas ruas está sendo um convite ao desastre. Estive na sexta-feira, no consultório do meu ortopedista, Dr Bruno Fernando de Carvalho Nogueira, para uma revisão da última lesão que sofri, no ligamento talofibular anterior, felizmente menos grave do que as anteriores. Tudo por conta de mais uma calçada assassina. Pois o primeiro paciente que ele tinha recebido, na manhã daquele dia 28 era justamente uma vítima de um tombo provocado por uma calçada em mau estado. Como já estou liberada para caminhar, fui andando até a Clínica Ortho, que fica na Estrada do Encanamento.
O caminho feito entre a Praça de Casa Forte e a Ortho é curto. Mas mesmo assim, fui fotografando a bagaceira que encontrei pelo caminho. E mostrei a ele, dois exemplos do que vi no roteiro feito a pé. O da foto superior fica em uma esquina bem movimentada, perto de uma das entradas do Sítio Trindade, e de parada de ônibus. Próximo a restaurantes, cafeterias, quitanda, clínicas médicas. Mas vejam o estado dessa tampa de galeria pluvial, que fica na esquina da Rua Figueira Filho com a Estrada do Encanamento.
Sabemos que as calçadas de imóveis privados devem ser mantidas por particulares, mas cabe ao poder público fiscalizá-las. Mas no caso dessas tampas duplas de concreto que cobrem galerias pluviais, normalmente são mantidas pelo poder público. Infelizmente em quase todas, o estado é precário, pois parece até que são feitas de areia e não de concreto. Porque “derretem” com a chuva. Como costumo caminhar fazendo meu exercício físico, evito sair dia de chuva. E vou somando os perigos, nas manhãs de sol. Mas aí, ao observar as fotos, Dr Bruno comentou: “Imagine só as consequências disso em um dia de chuva, quando a água cobre as calçadas”. Então, saí do consultório pensando nas pessoas que precisam sair de casa durante os temporais, para trabalhar. Elas enfrentam riscos de acidentes ainda maiores que eu. Sob a água, quem vai adivinhar que existe onde estão essas armadilhas com ferragens expostas? O risco é duplo: fraturas e doenças como o tétano. Ave Maria…
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife