“Casa Azul” para atender autistas em Macaparana vira exemplo a ser seguido

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Uma vez, entrevistando  Olga Hosken, ela me disse que o Brasil não está preparado para lidar com o autismo. Ela é formada em Pedagogia pela Universidade Católica de Brasília e especializou-se nos Estados Unidos em Desenvolvimento Mental e Cognitivo. Tem um belo livro – Autismo, o cinza e as outras cores – em que mostra como diagnosticar o problema e como conviver com ele. Isso foi mais ou menos em 2016. Desde então, a situação não mudou no país, pois os órgãos públicos não oferecem o suporte suficiente a crianças que precisam atenção diferenciada, diante de tão difícil transtorno. Até porque, quanto mais cedo for diagnosticado o autismo, melhor o rendimento e a sociabilização da criança e do futuro adulto.

Lembro-se que ela contou que nos Estados Unidos, de cada 56 crianças que nascem “uma será diagnosticada autista e isto é um dado epidêmico”. Não sei como está a estatística hoje, mas o fato é que o governo norte americano, segundo Olga, dá suporte completo a crianças que apresentam o transtorno do Espectro Autista (TEA). Quando a entrevistei, ela atuava como terapeuta do programa de governo americano. “O governo lá oferece avaliação, terapias em domicílio dos zero aos três anos e a partir daí nas escolas, escolas estas que oferecem professores especializados e material didático apropriado”.  Em Pernambuco, chama atenção a ação de organizações não governamentais, geralmente criadas por mães de filhos com autismo. Quando há uma instituição pública dedicada ao transtorno vira até notícia. É o caso da Prefeitura do município de Macaparana – a 118 quilômetros do Recife – que na quinta-feira (19/05) recebe  uma comissão de deputados estaduais.

Eles participam de audiência pública sobre o TEA. No encontro, previsto para ter início às 10h da quinta, será discutida a criação no Estado de novos centros especializados em TEA. Os deputados irão, também, conhecer a Casa Azul, criada em março de 2022 e que vem a ser a primeira instituição pública de Pernambuco voltada exclusivamente para atendimento de pacientes com tal transtorno.

A ideia do encontro é mostrar o modelo instituído naquele município, para que outras prefeituras tomem a mesma iniciativa. O debate terá como tema “Expansão da Casa Azul”, e foi proposto pelo Deputado Antônio Moraes (PP, foto), que preside a Comissão de Administração Pública e é daquela região da Zona da Mata. A Casa Azul tem equipe multidisciplinar (psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicopedagoga). E acolhe pacientes e familiares. O atendimento para crianças e adolescentes é de 8h às 13h e de 13h às 17h. A Coordenadora da instituição, Tatiana Albuquerque, conta que a iniciativa surgiu diante da dificuldade de assistência.

É que a população que necessita de atendimento enfrentava dificuldade quando vinha ao Recife, em busca de tratamento o que, muitas vezes, contribuía para piorar a situação das pessoas com TEA, já que a doença exige disciplina, rotina mais do que regular, tranquilidade . “Por conta da distância, as crianças ficavam muito agitadas com a viagem e o tratamento não surtia o efeito esperado”, afirma. Acredito até que essa movimentação obrigatória contribuía, sim, para piorar a situação dessas crianças. Parabéns, portanto, para a Prefeitura de Macaparana. Que as demais sigam esse belo exemplo. As crianças e adolescentes com TEA merecem. E os pais também precisam de acompanhamento, até mesmo para aprender a lidar com o problema que, sabemos, não é fácil. O livro de Olga mostra  os principais sinais que indicam o diagnóstico do autismo, assim como dá uma série de orientações que podem contribuir para melhorar a vida das pessoas com TEA.

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Serviço
Evento: Audiência Pública sobre “A expansão da Casa Azul para outros municípios da Mata Norte”
Local: Avenida José Leitão de Melo, 173, Centro, Macaparana
Quando: Quinta-feira, 19/05
Horário: 10h
Reunião aberta ao público

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação

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