“Boi Voador”, do Recife, pode ganhar segundo prêmio nacional

Um fato histórico que mexe muito com o imaginário da população da capital pernambucana – e que transformou-se em espetáculo de rua – o Boi Voador colocou o Recife como finalista, em 2020, da 33ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A encenação ocorre sempre durante as comemorações do aniversário do Recife, e remete à cidade do século 17, quando o Conde Maurício de Nassau prometeu fazer um boi voar, caso conseguisse doações para concluir uma ponte. O boi voou durante a festa de inauguração, mas não era de verdade, claro. Mesmo assim, virou assunto para a posteridade, movimentando tanto os livros quanto a história oral.

Idealizado pelo turismólogo e historiador Bráulio Moura, o Boi Voador foi vencedor do Prêmio Nacional do Turismo 2019, realizado pelo Ministério do Turismo, na categoria de Melhor Iniciativa de Aproveitamento do Patrimônio Cultural para o Turismo – Iniciativas Destaque. A apresentação, que é gratuita, atrai milhares de pessoas ao Marco Zero, no Bairro do Recife, todos os anos, no mês de março. Em 2020, a encenação foi suspensa, devido à pandemia. Além do Boi Voador, outra iniciativa do Recife está entre os finalistas do prêmio oferecido pelo Iphan: o Pátio Criativo, que é coordenado por  Karina Zapata.  Os dois projetos são da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer do Recife. No total, 515 projetos de todo o Brasil concorrem ao prêmio. Os do Recife estão entre 121 finalistas. Destes, doze serão selecionados como exemplos de ações no campo do Patrimônio Cultural Brasileiro. O reconhecimento concede aos projetos vencedores o marco de uma ação importante na preservação, valorização e promoção do Patrimônio Cultural Brasileiro, além da premiação de R$ 20 mil.

Juntamente com o Boi Voador, (no Bairro do Recife), Pátio Criativo (no Pátio de São Pedro) concorrem a prêmio do Iphan.

O prêmio que pode contemplar as duas iniciativas do Recife foi criado pelo Iphan para promover brasileiros que atuam na gestão, preservação e valorização do Patrimônio Cultural, com primeira edição realizada em 1987. Desde que passou a contemplar ações externas ao Iphan, em 1994, já são 175 vencedores em todo o país. O Marco Zero – onde ocorre a encenação de O Boi Voador – é um dos locais mais frequentados do Bairro do Recife, que possui vias históricas como a Rua do Bom Jesus, que exige maior atenção das autoridades do setor de turismo de Pernambuco e do Recife.

Já o Pátio de São Pedro teve seus tempos áureos na década de 70 do século passado, mas carece de maior movimentação cultural e também de atenção para seu patrimônio arquitetônico. Até o início deste ano, por exemplo, faltava ao local as luminárias em estilo colonial que lhe dão tanta graça. Apenas dois eventos são ali realizados om regularidade: a Terça Negra e Temporada no Pátio. O primeiro é promovido pelo Movimento Negro do Recife em parceria com a Prefeitura. E ocorre uma vez por mês. O segundo é iniciativa do Conservatório Pernambucano de Música, que pertence ao governo do Estado. Frequentadores do Pátio de São Pedro se queixam da falta de segurança no local. Com a pandemia, a situação dos comerciantes do Pátio se agravou.

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Texto:  Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Andréa Rego Barros / Divulgação / PCR

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