“Assim vi”, livro de fotografias de Rivaldo Mafra, 89, é lançado na Cultura Nordestina, no Poço

Hoje é sexta-feira, dia de preparar a cabeça e o corpo para ficar mais leve. Afinal, vêm aí o sábado e o domingo. Que tal mergulhar em belas paisagens, para ir caindo no clima? E o que é melhor, sem ir tão longe. Este é o “cardápio” que você pode desfrutar, a partir das 16h do sábado  (25/3), na Livraria Cultura Nordestina, quando o fotógrafo Rivaldo Mafra lança o livro, “Assim vi”. A publicação é “um fotolivro, também denominado livro de artista”, segundo o pesquisador, agrônomo e professor aposentado.

Ele relata ter documentado cenas e imagens que o cercam com “o meu olho, minha forma de ver as coisas”. Ou seja, com alma. Ele tem razão. Porque ser um bom fotógrafo  não é só saber manejar a câmera, “apertar o botão” – como se costuma dizer – mas sobretudo ter um jeito meio mágico de ver o mundo. E isso é o que não falta em Rivaldo, 89, que aposentou-se em 1998 do serviço público, quando resolveu empreender uma “viagem” ao mundo das lentes, luzes, cores, formas. Quando ele estava na ativa, costumava fazer registros fotográficos das atividades de pesquisa, claro, sempre ligadas à natureza.

Em intimidade com a natureza, por força da profissão, o aposentado Rivaldo trocou a agronomia pela fotografia

Não é à toa, portanto, que o “Assim vi” traga uma boa dose de fotos que têm a ver com fauna, flora, água, exuberância do verde. São flores, folhas, espinhos da macambira ou do mandacaru,  lagarta acomodada em folha que lembra um pássaro,  rio, mar. Cores do nascente ou do poente. Rivaldo também volta seu olho mágico para formas abstratas (que lembram pinturas), prédios históricos (como o Fortim do Queijo), cenas de rua (como a de uma locomotiva em movimento), ou mesmo detalhes da vida doméstica (como a geometria de uma bandeja). “Assim vi resulta de trilhas da minha vida, e as fotos são apenas interpretações de como vejo as coisas”.

Após aposentar-se Rivaldo Mafra passou a dedicar-se inteiramente à fotografia.

As 60 fotos foram feitas, em sua grande maioria, em Pernambuco, entre o Litoral e o Agreste (Olinda,

Gravatá, Bezerros). Mas também há flagrantes capturados em viagens realizadas à Europa e, principalmente, a Portugal. Aos 89, a sede de documentar de Rivaldo não tem hora para cessar.  “No corpo já sinto algumas restrições, mas minha cabeça está ótima”, afirma. “Sequer imagino que estou velho”. Após aposentar-se, mergulhou nos livros (fez uma biblioteca só voltada para a arte de fotografar), fez vários cursos, palestras e até passou a atuar como voluntário no Hospital Osvaldo Cruz, oferecendo cursos de fotografia no setor de cuidados da saúde mental de idosos.

Animadíssimo, vai estar naquele Ponto de Cultura, que funciona na Rua Luiz Guimarães, no Poço da Panela, para uma movimentada tarde de autógrafos, em que falar de suas experiências como fotógrafo, uma atividade a que pretendeu se dedicar na maturidade, quando muitos idosos passam a restringir o mundo à casa, ao ambiente doméstico, à cadeira de balanço. Rivaldo, ao contrário, ganhou as ruas inspirado na própria sensibilidade e na frase do poeta Fernando Pessoa “sobre a eterna novidade do mundo”. O livro “Assim eu vi” teve Priscilla Buhr como curadora, e projeto gráfico da designer Rita Mafra. A tarde será animada pelo som suave da flauta de Ítalo Montenegro.

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Serviço
Evento: Lançamento do livro “Assim eu vi”, de Rivaldo Mafra
Quando: Sábado,25/03, na Livraria
Horário: 16h
Onde: Cultura Nordestina, que funciona como Ponto de Cultura
Endereço: Rua Luiz Guimarães, 555, Poço da Panela
Acesso livre
Preço do livro: R$ 90

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Rivaldo Mafra / Divulgação

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