As mil e uma utilidades do butiá

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No mundo, há muitas espécies de palmeiras. Calcula-se que elas somem pelo menos 2.800. No Brasil, a variedade também é abundante, seja em matas ou em áreas urbanas. No Nordeste e no Norte do país, a população convive com macaibeira, coqueiros, babaçu, buriti, açaí, carnaúba. Mas na região Sul, há uma outra, muito conhecida por lá, chamada butiá. Confesso minha ignorância. Pois nunca nem tinha ouvido falar nessa planta.  Mas do jeito que gosto de árvores, matas, florestas e tudo que é verde, logo me veio a curiosidade, já que o butiá é tão desconhecido na nossa região.

Só tomei conhecimento da butiá, por intermédio de um informativo enviado pela Renner, sobre o selo  Re- Moda Responsável, através do qual a empresa lança novo produto: bolsas femininas feitas com folhas de butiazeiro (foto). Elas são confeccionadas manualmente por uma rede feminina de artesãs de Giruá, na região de Missões, no Rio Grande do Sul. Os artigos são produzidos em três cores, e a empresa garante que manejo sustentável.

As bolsas custam R$ 125, em média. “De democrático, possuem diversas possibilidades de uso, como crossbody, tiracolo e transpassado, e rápida combinação com o look pela cartela multicolorida”, informa a Renner, que atua há mais de meio século no mercado. Como não conhecia a palmeira, fui atrás de informação a seu respeito, na Embrapa Clima Temperado, que fica em Pelotas , no Rio Grande do Sul, estado onde ainda é grande a ocorrência da planta. É que o butiazeiro é uma palmeira frutífera nativa do Sul do Brasil, também encontrada na Argentina e no Paraguai. E que me parece de tanta utilidade para estados do  Sul, quanto o babaçu para o Nordeste ou o açaí para o Norte. O butiazeiro pertence a um gênero do qual fazem parte, pelo menos, 20 espécies.

E de acordo com  a Embrapa Clima Temperado, a palmeira praticamente não é cultivada em grande escala, e está cada vez mais restrita a sítios e pequenos pomares. Os butiazais extensos estão diminuindo, devido ao avanço da urbanização e da especulação imobiliária.  Mas a palmeira tem função importante na natureza,  pois seu fruto ácido e adocicado é muito consumido pela fauna silvestre. Naturalmente, portanto, os animais disseminam suas sementes, facilitando a propagação da espécie. No inicio do século 20, suas folhas eram usadas para preencher colchões e móveis estofados. As palhas também são tradicionalmente solicitadas para artesanato, com peças vendidas à margem das estradas. Mas como se vê, as peças começam a se sofisticar, ganhando prateleiras de grandes magazines, que atuam em todo o país, como é o caso da Renner.

O fruto do butiazeiro é rico em vitamina A, C e possui betacaroteno. No Sul, é  utilizado na produção de geleias, sorvetes, mousses, bombons e até bolos. Também é usado em bebidas, como sucos, licores e cachaças. O caule do butiazeiro é habitat para plantas como orquídeas, bromélias, samambaias, cactáceas e até para seus próprios frutos. A palmeira é usada, também, no paisagismo urbano sendo de fácil manejo, pois exige apenas duas adubações por ano.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação / Renner / Embrapa Clima Temperado

 

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