A Igreja Católica está dando um péssimo exemplo de cidadania, no bairro de Apipucos, onde fica o Seminário Nossa Senhora da Conceição, que abriga estudantes de várias cidades do interior, que frequentam universidades no Recife, preparando-se para a vida sacerdotal. O Seminário funciona em um casarão secular, que pertenceu a famílias abastadas até o início do século 20, quando foi doado a instituições religiosas.
Ele possui um sítio imenso, que antigamente ia até uma das margens do Rio Capibaribe, hoje ocupada pela chamada comunidade do Areal. Após a ocupação da beira do Rio, o sítio foi murado, mas nele sobrevivem árvores com mais de cem anos, com fruteiras como mangueiras, cajazeiras, jaqueiras, abacateiros, entre outras.
Uma das plantas que mais chamavam atenção, no entanto, era um oitizeiro, que sempre serviu de abrigo para pássaros, gambás, quatis e outros mamíferos. Por ele, já vi passar até preguiça, tamanduá mirim e a presença de saguis era constante. Pois bem, o oitizeiro começou a desfolhar, ficou careca e foi derrubado pela motosserra insana. E, logo depois, esquartejado.

Os restos mortais, ao invés de ficarem dentro do terreno imenso – até que fossem removidos – foram indevidamente colocados em área pública, onde estão há mais de duas semanas. Pior: como no Recife a população tem mania de descartar lixo onde há um monturo qualquer, o acúmulo de detritos – garrafas, quentinhas usadas, embalagens – já começou a acontecer.
Nesta semana, retirei descartes do local, para evitar que a situação piore. Mas lenha pesada, só quem botou tem força para tirar. Na semana passada, por conta desse atrapalho à mobilidade (o local é usado para manobra de veículos, já que a rua é estreita e não tem duas saídas para automóveis), dois motoristas da rua sofreram avarias nos seus veículos por falta de espaço para manobrar. Eu, inclusive, pois minha garagem fica junto desse descarte irregular que começa a se espalhar pelo chão. No final de semana, tive que tirar pedaços que estavam atrapalhando a entrada da garagem.
Ou seja, como se não bastasse o estacionamento irregular fechando a via – como é comum acontecer – ainda tem quem atrapalhe mais, colocando esse horror de lenha na rua. Já perguntei na residência quando será retirado o descarte irregular, a resposta que recebi de um sacerdote que estava por lá foi: “sei não”. Como os responsáveis pelo descarte irregular parecem estar se lixando para o desconforto provocado à vizinhança, informo que protocolei, hoje, pedido de remoção, via ConectaRecife. Número do protocolo: 22547078. Espero que o poder público tome as devidas providências pois o espaço público não pode ser transformado em casa de mãe joana, não é?

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife
