Além de rasgos nas poltronas, Teatro Santa Isabel enfrenta lixo e mendicância

Sinceramente, os jardins do Teatro Santa Isabel não merecem virar esse chiqueiro. É uma pena que o lixo se acumule sobre o gramado da nossa mais famosa casa de espetáculos, palco e testemunha de nossa história, e que foi inaugurado em 1850. E que, após sofrer um incêndio, foi reformado e reinaugurado em 1876.

Não sabemos se os copos, guardanapos e outros materiais descartáveis foram ali jogados pelo público que acorreu ao TSI para o espetáculo do sábado à noite ou se atirados por pessoas em situação de rua, que costumam jogar em calçadas e praças restos de comida e quentinhas que recebem de grupos solidários. E no entorno do TSI, é só o que se vê, gente morando nas calçadas, incluindo na Avenida Dantas Barreto e na Rua do Imperador.

É uma pena que cenas como as das duas fotos sejam frequentes em um teatro é monumento nacional

O fato é que, como se não bastasse o forro rasgado de algumas de suas poltronas – como já denunciou aqui nesse espaço a leitora Lélia de Maria – o TSI, que é tombado pelo IPHAN e, portanto, monumento nacional, faria vergonha se fosse visitado na manhã do último domingo por um grupo de turistas.

Por acaso estive lá no mesmo dia, e o que vi foi muito triste: lixo acumulado, muitos mendigos dormindo sob seus arcos, trapos espalhados em suas calçadas, e cheiro de urina… muito forte. Situação nada confortável para uma edificação que tem a assinatura de Louis Lèger Vauthier (1815-1901) e que durante um bom tempo foi considerada a mais bonita casa de espetáculos do Império.

Atenção, Secretaria de Cultura do Recife, o TSI não pode ser abandonado. Tirando o Teatro do Parque (que passou uma década fechado e que foi entregue na gestão passada, após a restauração) a situação dos demais do município não é nada boa. Além de cuidados necessários ao TSI, tanto o Apolo (Centro) quanto o Barreto Júnior (Pina) precisam de manutenção. E muita. Não sei como anda a situação do Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu, porque há tempo não chego por lá.