“Se chegar, a gente limpa”. “Oxe, oxe, mas menino…. “Todo mundo conhece esses bordões. O primeiro surgiu em 2019, quando o Litoral do Nordeste sofreu o maior desastre ambiental de sua história, com manchas de óleo que se espalharam por 130 municípios de onze estados. Os responsáveis até hoje não foram punidos, mas de uma frase do Padre Arlindo ninguém nunca esqueceu. Ela até viralizou. “#sechaegaragentelima”.
Pároco da Igreja de São Pedro, em Tamandaré – Litoral Sul de Pernambuco – o padre Arlindo juntou-se à população, botou um chapéu de palha e foi recolher o óleo criminoso. O sacerdote é talvez, a figura mais carismática da Igreja Católica no estado. Com canais nas redes sociais, um astral lá em cima, ele sempre dá lições de vida, de paz e de esperança ao seu “rebanho”,passando energia positiva para quem o ouve, como vocês podem ver abaixo, em vídeo disponibilizado no YouTube. O que nem todas as pessoas sabem é que o sacerdote tem uma bonita ação social.
Está sempre com as mãos na massa. Do mesmo jeito que juntou-se à população para retirar óleo das praias, há dois anos, ele não parou durante a pandemia. Mobilizou muita gente para amenizar o sofrimento de famílias carentes da cidade onde reside. Através da Associação Padre Arlindo, ele consegue levar assistência médica, nutricional, jurídica, psicológica e até desenvolvimento profissional a comunidades carentes de Tamandaré, que fica a 108 quilômetros do Recife.
Durante a pandemia, Padre Arlindo desencadeou a campanha A Fome não pode esperar, que já levou 30 mil cestas básicas a bairros pobres do município (o equivalente a 500 toneladas de alimentos”. Quem quiser dar outro tipo de contribuição pode, também, comprar algum objeto que pode ser encontrado no Quiosque Solidário do RioMar, que fica no Piso L1 do shopping localizado no Pina. Estão à venda camisetas, canecas, joias, bijuterias, bolsas criados por pessoas que são assistidas na Associação. A renda obtida com a venda dos produtos reverterá para as ações sociais de Padre Arlindo. No RioMar, você vai encontrar bijuterias (a partir de R$ 30), objetos decorativos (R$ 50), camisetas (R$ 45), almofadas (a partir de R$ 30), canecas (R$ 30). Tudo bem, ações lindas. Só não gostei do peixe de madeira usar como base um pedaço de coral. Se a moda pega…. a vida no mar fica prejudicada.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Deoclécio Tadeu/ Riomar