Iniciado na Índia – país que tem 83 cidades entre as cem consideradas como as mais poluídas do mundo – o projeto Air View+ chega ao Recife, para monitorar a qualidade do ar em tempo real, fornecendo dados que podem ajudar na implantação de políticas públicas ambientais, e também ajudando a fortalecer a educação climática entre alunos da rede municipal. O Recife é a primeira Capital do Nordeste a receber os sensores que indicarão se o ar que a gente respira está dentro dos padrões estabelecidos por órgãos internacionais.
O Air View+ se instala na capital pernambucana devido a uma parceria com o Google, Aurassure (startup indiana) e o IPGC (Instituto de Planejamento e Gestão de Cidades). Mas em Pernambuco, conta com apoio da Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Transformação Digital, Ciência e Tecnologia. Ao todo, serão instalados dez sensores, em escolas municipais, localizadas em pontos estratégicos do Recife. Os sensores emitirão dados em tempo real. Mas relatório contendo informações captadas será produzido mensalmente. Disponibilizados em tempo real para gestores, os dados também vão para Centro de Operações do Recife (COP), responsável pelo monitoramento e gestão de diversas redes de infraestrutura urbana da cidade.
“Ao conectar os dados do Air View+ com nossas plataformas de monitoramento, podemos aprimorar a análise em tempo real das condições ambientais da cidade, subsidiando, ainda mais, nossas decisões. A poluição do ar impacta diretamente a mobilidade, a saúde e até a segurança urbana, então uma rede integrada de sensoriamento permitirá um planejamento mais eficiente e ações mais assertivas para mitigar impactos negativos na população”, destaca Anderson Soares, Chefe do COP. A startup indiana Aurassure é a responsável pela fabricação e distribuição dos dispositivos.
Fundada em 2022, a empresa é especializada em criar um sistema de suporte para cidades baseado em dados ambientais. Essas informações auxiliam entes públicos e privados a tomarem decisões para combater os efeitos das mudanças climáticas e melhorar a qualidade de vida da população. Outro impacto do projeto será na educação e formação dos alunos da rede municipal. O material coletado será utilizado para a formulação de estratégias para mitigação climática e melhoria da qualidade do ar, além de fomentar a educação ambiental nas escolas municipais. Além do monitoramento em tempo real, os sensores permitirão a criação de painéis interativos acessíveis a alunos e professores, incentivando um maior engajamento com temas ambientais.
Inicialmente, o projeto AirView+ foi lançado na Índia, em 2020. De acordo com o 6º Relatório Anual de Qualidade do Ar no Mundo, divulgado em 2024, o país asiático possui 83 das 100 cidades mais poluídas do mundo. Por esse motivo, a Google escolheu o país para ser pioneiro no projeto. Até o momento, já são mais de 800 sensores espalhados por 150 cidades daquele país. Os resultados gerados por esses dispositivos auxiliam na gestão da crise de poluição que a Índia enfrenta. Compactos e de fácil instalação, os sensores da Aurassure são capazes de medir diversos poluentes presentes como o gás dióxido de carbono e partículas inaláveis. Também detectam os níveis de compostos orgânicos voláteis, os chamados TVOCs, temperatura e umidade e índices de dióxido de nitrogênio e de ozônio. Desde a criação da empresa, foram 150 cidades impactadas e mil dispositivos de qualidade do ar instalados mundialmente.
Como perguntar não ofende, resta saber onde é que fica a Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife nessa ação toda. Alguém sabe explicar por que ela está de fora no AirView+?
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação e Acervo #OxeRecife
Me surpreendeu, também, a ausência da Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife estar fora do projeto.
Afinal,na seria dela a responsabilidade pelo acompanhamento ,fiscalização e divulgação dos dados coletados?!?