A calçada é de quem, na Madalena?

Nesta semana fui ao Mercado da Madalena, como – aliás – faço semanalmente. E depois estive na Loja do Condomínio, que fica ali bem pertinho, na mesma Rua Real da Torre.  Fui comprar alguns capachos para a minha casa. Ao chegar, tomei um susto com um monstrengo, tamanho gigante, na calçada, aquele que vocês observam na foto acima.

Não que eu seja contra a propaganda, até porque, sem ela, produto nenhum sobrevive. Também nada contra a forma, um latão com a tinta que se pretende vender, até porque quando preciso pintar a minha casa é a essa marca que apelo, pois tem grande durabilidade e aguenta sol e chuva por muito tempo, sem desbotar nem descolar.

O problema é que esse latão imenso, aí na calçada, está tomando a via do pedestre. A calçada é o espaço por onde nós andamos, justamente para que não precisemos disputar espaço no asfalto com motos e veículos e nos protejamos de acidentes. Portanto, uma atitude dessa natureza, cada dia mais comum no Recife, é inaceitável e reprovável. É impressionante que a Secretaria  de Mobilidade e Controle Urbano se omita diante de fatos dessa natureza. Até porque há regras para o uso do espaço urbano e colocar um monstrengo desse em uma calçada, obrigando o cidadão a andar no meio da rua sem nenhuma segurança é a mesma coisa que botar um carro no meio de uma praça ou em cima da calçada. É usurpar, portanto, o direito do pedestre. Foi chegar em casa, abrir o computador e encontrar no box de entrada reclamações de dois moradores do bairro contra esse papelão. Portanto, não não fui a única pessoa a se chocar com a ocupação da calçada.

Aqui, aliás, já chegaram outras reclamações contra a loja, por conta da erradicação de árvores do quarteirão para servir de estacionamento, o que está se tornando comum no Recife. Como a inoperância do poder público nessa área é grande, é só dar uma voltinha na cidade para ver quantas árvores já sucumbiram para ceder lugar aos carros.  Pior, há estabelecimentos comerciais que estão substituindo a hera do muro por hera de plástico, gramado real por sintético e até orquídeas naturais por artificiais.  No caso dessa loja da foto, o gramado que resta na calçada é de plástico. Pode?   Cadê a fiscalização?

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Letícia Lins e do leitor / Cortesia

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