O Dia da Consciência Negra está movimentado, no município do Cabo de Santo Agostinho, que fica na Região Metropolitana. A cidade é conhecida também pelo Centro de Mulheres do Cabo, que luta contra violência de gênero e pelo protagonismo feminino. Nessa quarta (20//11), o CMC e o Fórum Suape lançam a Campanha dos 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher e em Defesa da Vida de Mulheres Negras. O evento ocorre às 15h no Sindicato dos Professores do Cabo (Sinpc), que fica na Rua Escritor Israel Felipe, ao lado do Lar da Criança, na Vila Roca. O Cabo se situa a 41 quilômetros do Recife.
Na programação, constam uma roda de diálogo com o tema O Racismo e a Cultura do Branqueamento das Mulheres Negras, que terá participação de mulheres do Cabo e representantes de movimentos negros. Esse encontro está previsto para acontecer às 15h30m. Às 17h30m, começa outra atividade: Momento Cultural com Cantos e Poesias, em homenagem ao 20 de Novembro. E às 18h, tem lançamento do livro A Volta Inversa da Árvore do Esquecimento e Nas Práticas de Branqueamento, da escritora Claudilene Silva.
No livro, Claudilene se volta pra práticas escolares de valorização da identidade, da memória e da cultura negras, vivenciadas nas escolas públicas. Ela é pedagoga, mestre e doutora em educação (pela Ufpe), é produtora cultural e pesquisadora da cultura afro-brasileira. Entre 2005 e 2010, gerenciou o Núcleo de Cultura Afro-Brasileira da Prefeitura do Recife. Atualmente é professora da Universidade de Integração da Lusofonia Afro-Brasileira, em Campos do Malês, na Bahia. Encontra-se no Recife, fazendo Pós-Doutorado.
Claudilene organizou o livro Educação, Escolarização e Identidade Negra (2010) e é autora de Professoras Negras : Identidades e Práticas de Enfrentamento do Racismo no Espaço Escolas (2013). Os dois foram publicados pela Editora Universitária (da Ufpe). Sua obra mais mais recente – A Volta Inversa na Árvore do Esquecimento e nas Práticas de Branqueamento – resulta de tese de doutorado sobre práticas pedagógicas escolares em história e cultura afro-brasileira, publicado pela Editora CRV. Como vocês devem saber, a árvore do esquecimento é aquela em redor da qual os africanos eram obrigados a circundar, antes de embarcarem para seus destinos de escravizados. As voltas ao redor da árvore serviriam para esquecer e cultura, família, tradições, o que facilitaria a aceitação de uma nova identidade em países de regime escravocrata como o Brasil.
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Foto: Divulgação / CMV