Era para ser zero, se as pessoas tivessem educação e consciência ambiental. Guardariam seus descartes, e colocariam no lixo, só quando chegassem em casa. Como, aliás, fazem os civilizados japoneses. De qualquer maneira, o prejuízo para a natureza poderia ter sido ainda maior, durante o último domingo, na Buscada de São Gonçalo do Amarante, em Itapissuma, Litoral Norte de Pernambuco. Uma ação deflagrada no dia da festa religiosa resultou em 250 quilos de lixo recolhido ao longo do Canal de Santa Cruz, um dos principais estuários de Pernambuco.
Nesse ano, foram coletados150 quilos de lixo a mais do que no ano passado. Ou seja, se consome muito, se bebe mais e se joga onde não se deve mais ainda. Entre os materiais mais frequentes estão plásticos (garrafas pet, PVC, sacolas, sacolés, etc) que, somados, chegam a 58 por cento do total coletado. As latinhas (refrigerante, cerveja) representam 13 por cento. Ou seja, materiais que, depositados em rio e mar, comprometem a sobrevivência da fauna aquática. Para a coleta, os voluntários percorreram toda a orla de Itapissuma, antes e após a saída da embarcações, que participaram da procissão marítima.
A ação foi realizada pelo sexto ano consecutivo, tendo sido liderada pela Associação de Catadores de Materiais Recicláveis Padre Sevat, que tem sede em Itapissuma, município localizado a 36 quilômetros do Recife, e que fica no meio do caminho para a Ilha de Itamaracá. O trabalho teve apoio da Agência Estadual do Meio Ambiente (Cprh), Agentes populares da Área de Proteção Ambiental Santa Cruz e representantes mirins do 36º Grupos de Escoteiros Chefe Luiz Costa Silva. Todo o material foi para a Padre Sevat, cujo trabalho com recicláveis rendeu homenagem em 2018, quando a Cprh lhe concedeu o Certificado Amigo do Meio Ambiente.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Cprh / Divulgação