Dizem os entendidos que a melhor solução para reduzir o excesso de trânsito nas grandes cidades não é a construção de pontes, avenidas nem viadutos. Mas implantar sistema de transporte público eficiente – com vários modais – e estimular o uso de bicicletas. Como no Recife o nó nas ruas parece aumentar a cada dia, o jeito tem sido seguir a velha regra, criando pontes e pontilhões. Nesta semana, o Prefeito João Campos informou que está investindo R$ 4,7 milhões em três pontilhões em Setúbal, na Zona Sul do Recife. E que eles deverão estar concluídos no segundo semestre de 2025. Também estão em andamento obras de ponte que ligará os bairros de Areias e Imbiribeira. Ela deve ser entregue em 2026.
Quanto aos pontilhões, a Prefeitura informa que as intervenções têm como objetivo criar “novas rotas de circulação, facilitando o deslocamento de pedestres, ciclistas e motoristas na área”. Campos lembra que o bairro do Setúbal é cruzado por canais em várias localidades, o que obriga as pessoas e motoristas a percorrerem distâncias maiores para cruzá-los. “Fizemos um estudo, identificamos quais eram os pontos mais críticos e através desses três pontilhões, traremos uma nova solução viária, que terá tanto binários para modificar o trânsito, quanto ruas de infiltração. Com isso, as pessoas sentirão de forma considerável uma mudança na mobilidade da região”, disse ele. Vamos ver…

Os pontilhões têm entre 27,8m a 32,5m de comprimento, sendo que a largura dos três é igual (16,6m). O primeiro pontilhão ligará as ruas Copacabana e Luiz Pimentel, atravessando o Canal do Jordão; o outro, as ruas Cônego Romeu e Engenheiro Zael Diógenes, sobre o Canal de Setúbal. As novas estruturas vão criar alternativas de ligação com a Avenida Boa Viagem nos dois sentidos da via. O terceiro ficará na Rua João Cardoso Aires, em travessia sobre o Canal de Setúbal.
Outra obra em implantação na Zona Sul é a Ponte Júlia Santiago, que vai ligar os bairros de Areias e Imbiribeira, passando por cima do Rio Tejipió. Os investimentos previstos são de R$ 106 milhões, oriundos da Caixa Econômica Federal tendo 26 por cento de contrapartida da Prefeitura. De acordo com Campos, o avanço da obra chega a 66 por cento. “O equipamento vai facilitar o tráfego entre as avenidas Recife e Mascarenhas de Moraes (Av. Imbiribeira)”. A ponte está inserida em um conjunto de intervenções que incluem também o alargamento das avenidas Tapajós e Engenheiro Alves de Souza.
Como os pontilhões, a Ponte terá, também, ciclovias. No caso da Júlia Santiago, a intenção é que a ciclovia se conecte com as duas grandes avenidas. Com obras iniciadas em outubro de 2023, a ponte Júlia Santiago é a maior erguida no Recife nos últimos 40 anos. A previsão é que os trabalhos sejam concluídos em 2026. Segundo a Prefeitura, a ponte reduzirá, em média, 40 por cento o tempo gasto nos mesmos percursos hoje efetuados.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Edson Holanda e Hélia Scheppa / PCR
As vezes intervenções bem estudadas, pequenas, de pequenos custos, resolvem grandes problemas, como o contrário também. Obras com grandes valores, sem um estudo sério de viabilidade, torna-se um elefante branco, como a ponte Joaquim Cardoso. Vamos torcer que dê certo, dirigir no Recife está um inferno.