Vocês querem um boulevard?

Eu não sei o que é que tem o recifense – incluindo aí alguns dos nossos gestores – para  que tenham o dom de transformar em coisa feia o que é bonito. Por exemplo: a Avenida Rio Branco, que virou um “boulevard”. Será que aquilo pode ser chamado de “boulevard”? Nosso “boulevard” não possui árvores que facilitem a convivência entre as pessoas em dias de calor, os bancos não são bem distribuídos e, o que é pior, possui “equipamentos” que apenas contribuem para embrutecer o local, ao invés de torná-lo mais humano e aprazível.

Recentemente fiz duas viagens. Uma a Santarém, que fica a 1.373 quilômetros de Belém, no Norte do Brasil, com destino a Alter do Chão. Dias depois, fui à Bahia, onde dei uma esticada até a Ilha de Itaparica. E, por coincidência, encontrei dois boulevards. O Amazônia Boulevard, no Centro de Santarém me chamou a atenção. Há árvores como coités (ou cabaceiras) que não crescem muito, mas dão ótimas sombras, que vi serem muito bem utilizadas pelos paraenses. Os bancos, claro, ficam sob as árvores, onde as pessoas sentam, conversam, e descansam sem risco de sofrer insolação.

Ou seja, ninguém sente o sol queimando o quengo, como aqui no Bairro do Recife, onde a área de convivência deixa muito a desejar. Os quiosques que vi em Santarém não são modernos nem criativos.  Mas, sinceramente, são mais interessantes do que os frios cubos de aço que a gente vê no nosso boulevard, que são um verdadeiro atentado estético à arquitetura do Bairro do Recife.  E em Itaparica – aquela maravilha de ilha da Bahia – bem pertinho da verde Praça dos Veranistas, há, também, um boulevard, que fica na parte histórica da cidade. E como todo boulevard, tem plantas, jardins, canteiros.

Vejam, na galeria abaixo, imagens de Itaparica (BA) e Santarém (PA). Será que o nosso boulevard é mais aconchegante?

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Texto: Letícia Lins/ #OxeRecife
Fotos: Letícia Lins e Fernando Batista/ Cortesia

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