Nada como um carnaval alternativo. Sempre gostei dos blocos pequenos, anárquicos, como o Siri na Lata o Caranguejo no Caçuá e o Nóis Sofre Mais Nóis Goza, nos seus velhos tempos. Em Olinda, cheguei a acompanhar o primeiro desfile do Boi da Macuca, na chamada Praça da Preguiça, com todo mundo dançando forró sob as barracas. Lembro do Galo da Madrugada, quando reunia poucas pessoas, no Pátio de São Pedro. E do Guaiamum Treloso e dos Barbas, quando arrastavam seus primeiros foliões, pelo Poço da Panela.
Quem não se lembra da farra que era seguir, pelas ruas do Recife Antigo, o Tetê Quer Ser Baliza? E que tal fazer o passo seguindo O Menino da Barriga de Fora? Agora, nos restam seguir os “cordões” de agremiações independentes, como o Bloco do Nada, Pisando na Jaca, O Grito da Véia, Coroas de Inox. Aliás, OGrito da Veia sai no próximo sábado, dia 18, da Rua Velha, 252, sede da Civitate. De lá, o grupo de foliões percorre os bairros da Boa Vista, com orquestra de frevo, segundo nos informa o folião Jacques Ribemboim. Ele diz que no desfile do bloco, só valem os ritmos de maracatu, frevo e ciranda. Camisetas do bloco custam R$ 30.
No domingo, tem Coroas de Inox, que é ótimo. A concentração será a partir das 13h, no Bar do Jabuti, que fica na Rua Dona Maria Luiza Guerra, no bairro do Hipódromo. Além das próprias coroas – normalmente fantasiadas com muito humor – vai ter DJ, shoe de César Michiles (por volta de 15h), desfile com orquestra de frevo e depois o Som da Rural, com Roger e Niltinho. Esse ano, com pé no gesso, nem vou poder seguir esses blocos, no meio do frevo. Mas pelo menos, posso ir até lá para não desanimar
Nessa sexta, também tem receita para quem não quiser ficar em casa. O Bloco da Saudade – que há 43 anos espalha lirismo pelas ruas do Recife – faz acerto de marcha, a partir das 22h, na AABB ( Avenida Doutor Malaquias, 204, Graças). E quem não quiser gastar dinheiro com ingresso em clube, pode ir ao Pátio de São Pedro hoje. É que a Secretaria de Cultura do Recife informa que a partir das 18h vai ter ensaio aberto, com participação de cinco maracatus de baque virado. Entre eles: Raízes de Pai Adão, Encanto do Pina, Estrela Brilhante do Recife. É alfaia, gonguê e tarol para ninguém botar defeito.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Alan Torres / Divulgação / Prefeitura
