Acreditem. Dia destes, fui xingada de “ignorante” por um leitor desaforado, somente porque critiquei a existência de torneios de canto de pássaros e as rinhas clandestinas de briga de canário que, a gente sabe que existem, apesar de proibidas. Vez por outra, órgãos ambientais destroem instalações dessa prática criminosa. Sempre achei que lugar de ave é no mundo, no meio da mata, nas árvores, nas florestas, às margens de lagos e rios.
Aqui onde moro, já resgatei vários pássaros bebês que caíram de ninhos e os livrei de pessoas que queriam levá-los para venda ou “prisão”. Me apeguei a alguns – como ocorreu com o bem-te-vi Chiquinho, que dormia comigo na rede,aconchegando-se no meu colo, pois piava a noite inteira se eu o deixasse sozinho. A interação era grande nós dois. Mas nem por isso tive a atitude egoísta de deixá-lo comigo. Ao contrário, fiquei feliz quando os vi bater assas, levantar voo.
Por isso, tenho mais é que comemorar, quando vejo o retorno de animais à natureza. Nesta semana, a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) concluiu a repatriação de 40 animais silvestres para o Cerrado, na Região Centro Oeste. Entre eles: araras (31), tucanos (cinco) e papagaios-galegos (quatro). Eles são típicos daquele bioma e por esse motivo viajaram na terça-feira, para que fiquem no habitat de origem. Mas antes, elas vão passar um período de ambientação em recinto na Área de Soltura de Animais Silvestres (Asas) – Asas Queimado, em Unaí (MG) para, posteriormente, serem soltas na natureza.
As aves silvestres estavam sob os cuidados do Centro de Triagem e Reabilitação de Aves Silvestres da CPRH, o Cetras Tangara. Algumas foram provenientes de tráfico, outras apreendidas em cativeiro ilegal. E há, ainda, os que viviam no mini zoológico do Parque Treze de Maio, no Recife. O zoo foi desmontado e dará lugar a uma praça da criança. A operação de repatriação começou na última sexta-feira (17), e foi realizada em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama. As aves foram transportados em quatro veículos, com paradas constantes para alimentação, hidratação e avaliação dos animais pelos veterinários dos dois órgãos.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação CPRH / Ibama