Visadas desde o Brasil colônia, ararajubas estão sob ameaça na Amazônia

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Nesse Dia Mundial da Terra, que tal falarmos de projetos em defesa da natureza e das nossas florestas? E o que dizer das aves que ajudam a semear sementes. A ararajuba (fotos) é apenas uma delas. E está em risco.  Com bonita plumagem – verde e amarela – a  sofre perseguição no Brasil desde o século 16, quando uma animal da espécie chegava a ser comercializado pelo valor equivalente ao preço de dois escravos.  Nos dias atuais, também é muito perseguida por traficantes de aves silvestres. Resultado: antes abundante no Norte do Brasil, a espécie só conta agora com cerca de  3 mil indivíduos, distribuídos nos estados do Maranhão, Amazonas, Pará, Rondônia e Mato Grosso. Pelo menos, esse é o cálculo feito por ambientalistas e biólogos.

Nem tudo, no entanto está perdido. Trabalho realizado no Pará vem reintroduzindo na floresta os psitacídeos criados em cativeiro. É o que acontece no Projeto de Reintrodução e Monitoramento de Ararajubas, em execução no viveiro do Instituto de Desenvolvimento Florestal (Ideflor-Bio), que já introduziu ou reintroduziu 50 aves no Parque Estadual Camilo Vianna, que fica em Utinga, em Belém, no Pará. Esses animais desempenham importante papel nas florestas, pois fazem dispersão de sementes de cerca de 20 árvores frutíferas da Amazônia, incluindo o açaí. Mas a população encontra-se em declínio, devido à destruição do habitat, caça e comércio ilegal.

As imagens dessa matéria foram feitas Mário Barila, fotógrafo e ambientalista, que recentemente visitou o Projeto em Belém, onde participou do ação de plantio de mudas de sumaúmas, produzidas a partir de uma árvore que viveu por mais de 200 anos junto à Basílica da Nossa Senhora de Nazaré. Ele registrou o plantio e também as famílias de Ararajuba, ave típica da floresta amazônica brasileira.

Visadas desde o Brasil Colônia, ararajubas enfrentam traficantes de aves silvestres e destruição do habitat

De acordo com Mário Barila, as melhores fotos do plantio de sumaúmas e das ararajubas serão publicadas no seu livro de fotografias sobre a Amazônia, em fase de produção. A obra faz parte do Projeto Brasil Vivo, que contará ainda com palestras em São Paulo e no Amazonas sobre a importância da preservação da maior floresta tropical do Planeta. Também haverá exposição fotográfica de Barila em São Paulo e em Belém (PA). O projeto, aprovado pelo Programa Nacional de Incentivo à Cultura, encontra-se em captação de recursos e aberto para parcerias e contribuições.

Nessa Semana em que se comemora o Dia Mundial da Terra, é sempre bom lembrar: a gente protege o que conhece, não é? Então, todas as iniciativas para retratar e apoiar nossos biomas estão valendo. Mais informações sobre como apoiar o Projeto Brasil Vivo podem ser obtidas pelo e-mail do fotógrafo -mariobarila@yahoo.com.br. Em 2014, Barila criou o projeto Água Vida, que  desenvolve e realiza ações em para preservação e educação ambiental, além de resgate de cidadania, destacando a importância vital da água para a vida do planeta. As ações são financiadas com a venda de suas fotos e doações de parceiros.

Economista, Mário Barila passou a se dedicar à fotografia, sua paixão desde a adolescência. Ao se aposentar, especializou-se na arte da fotografia com o renomado fotógrafo Araquém Alcântara, famoso por retratar a fauna e flora brasileira. Sensibilizado com pessoas em situação de extrema pobreza e as questões ambientais encontradas em suas viagens pelo Brasil e exterior, Barila resolveu usar a fotografia para apoiar as causas socioambientais. É através de sua câmera que ele registra fotos da natureza ameaçada pelo homem, espécies em extinção, a realidade das comunidades ribeirinhas e da floresta, assim como a luta pela preservação da vida e do planeta. Os interessados em conhecer mais sobre as atividades do Projeto Água Vida e contribuir com as ações de Mário Barila podem acessar o blog do fotógrafo  ou a página no Instagram/@barila.

Abaixo, mais informações sobre psitacídeos (araras, periquitos, papagaios, ararajubas, etc) e outras aves.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Mário Barila / Projeto Brasil Vida /Água é Vida

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