O Galo da Madrugada é um ícone do nosso carnaval, que ficou internacionalmente famoso não só pela explosão do Frevo, mas também por chegar a figurar como o maior bloco de carnaval do mundo, no Livro Guinness dos Recordes. É que embora tenha concorrentes atualmente em outros estados, à época do registro era o único a arrastar mais de 1 milhão de foliões, no Sábado de Zé Pereira. O problema é que, por conta de sua popularidade do penoso, o Recife decidiu manter pelas ruas, praças e esquinas, várias esculturas do símbolo da agremiação carnavalesca.
Passa o carnaval, mas elas ficam, embora passem longe de qualquer zelo estético. Umas são feias de doer, verdadeiros espanta turistas. Sem falar que, muitas vezes, são mal colocadas. Esta da foto acima ficava na Rua da Aurora , mas com a requalificação da via, transferiram a peça – que não chega a ser um primor – para a um outro trecho, na esquina da própria Aurora com a Avenida Conde da Boa Vista. Bem ali, na cabeceira da Ponte Duarte Coelho, onde fica também o busto do prefeito mais inesquecível que o Recife já teve: Pelópidas Silveira(1915-2008).
A transferência rendeu protestos, inclusive aqui no #OxeRecife, porque uma figura não dialoga com a outra. Nada a ver. Além disso, o espaço é muito estreito para comportar duas esculturas, uma ao lado da outra. Para completar, um vândalo qualquer derrubou o Galo e quase o atira no Rio Capibaribe. Sou contra qualquer tipo de vandalismo, mas eu sendo a Prefeitura, aproveitava o ato criminoso para recolher esse monstrinho e colocá-lo em um lugar onde ninguém o visse. O Recife merece coisa melhor em sua paisagem já tão mutilada.
Agora, um bom exemplo. Ela fica no Cais Alfândega. É uma outra escultura que foi aproveitada pelas autoridades, e que está fazendo o maior sucesso. Virou até ponto instagramável. É o Caranguejo que foi confeccionado para divulgar a última edição da Fenearte, dedicada aos 30 anos do manguebeat. Ela ficava perto do Pina, mas após a realização do evento foi transferida para a calçada em frente ao Paço Alfândega, à margem do Rio Capibaribe. E aí, sim, o crustáceo gigante dialoga, e muito, com a paisagem e a população. Agora esse galinho horroroso … está bom de dispensar. Melhor jogar no lixo. O Recife não ganha nada com ele. Na cidade, aliás, há outra localidade onde a população reclama da “falta de diálogo” entre as esculturas. Fica na Praça da Convenção, em Beberibe, problema sobre o qual você confere em um dos links abaixo.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos do leito
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Letícia Lins e Genival Paparazzi / Foto do leitor
É triste constatar a falta de noção desses vândalos que não respeitam nada!!
Quanto a escultura, não importa se é feia ou bonita, até porque devia ter gente que gostava dela e o artista é o menos culpado, quem contratou é que deve explicar porque encomendou!