Calcula-se que o Recife tenha uma população superior a 200.100 animais domésticos. Destes, pelo menos 160 mil são cães que, muitas vezes, emporcalham ruas, praças e parques. Nada contra os totós, mas contra os donos porcalhões, que levam seus animaizinhos às ruas para fazer xixi e cocô. É muita porcaria nas calçadas. E até na praia, pois a presença de cães é proibida na areia, mas as pessoas continuam conduzindo os bichos, muitas vezes, sem corda nem coleira. Até que não teria problema, se os proprietários dos caninos os levassem à beira-mar, carregando saquinhos para apanhar suas fezes. Atitude civilizada, mas muito rara em Pernambuco.

Na Rua do Chacon, uma galeria comercial disponibiliza saquinhos logo na entrada e conseguiu, com isso, reduzir a sujeira nas calçadas de toda a via. O cata-caca faz o maior sucesso. Na Rua da Harmonia, em Casa Amarela, o condomínio do Edifício Fragata colocou uma placa, pedindo aos proprietários dos caninos que não sujem a calçada do prédio, que fica bem perto da esquina com a Estrada do Arraial. Pois não entendo porque a Secretaria Municipal de Saúde não aproveita a campanha anual de vacinação de antirrábica para colar uma outra campanha (pela limpeza das ruas) junto aos donos dos totós.
Uns panfletinhos não fariam mal a ninguém. Os vacinadores poderiam ter sido treinados até para dizer aos proprietários de caninos quais as doenças que as fezes dos bichos transmitem, principalmente na areia da praia e dos parques, onde crianças brincam. Moro em uma Praça e, todos os dias, tem sujeira de cão no gramado. Também é comum no meio da rua, e até nas calçadas, na porta de casa. Andei distribuindo uns saquinhos, mas tem gente que recebe, recolhe e joga o “carimbo” e embalagem no meio da rua. É mole?
Leia também:
Terra sem lei na praia de Boa Viagem
Há alguns meses, me defrontei com uma mulher passeando com o cachorrinho, em frente ao Plaza Shopping. Ele fez cocô no chão, e ela logo apanhou a porcaria, botou dentro de um saquinho plástico. Quando vi, sabem o que ela fez? Jogou o saco plástico no Canal do Parnamirim. Quando passei disse a ela: “Achei lindo a senhora apanhar o cocô do seu cachorro. Mas jogar no canal… sujou”. Ela olhou para mim como se eu fosse uma marciana. Tem gente, eu inclusive, que se defronta com isso todo dia. Perguntem a um varredor de rua, como é a situação. Um horror. Até em bairros nobres, como Casa Forte, Graças e Jaqueira. Com 1.500 profissionais de saúde mobilizados, em 450 postos de vacinação, não ia faltar gente hoje para conscientizar as pessoas contra atitudes sebosas.
Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife