Viva o guariba, o macaco de mãos ruivas, que está ameaçado. Em Pernambuco, não somam mais de 20 os indivíduos da espécie (Alouatta belzebul). Por esse motivo, eles contam desde hoje com um reforço especial para sua sobrevivência e preservação. É que foi publicado no Diário Oficial dessa quarta-feira, o decreto (44.444/2017) que estabelece restrições a uma área que é considerada o último refúgio desses graciosos animais.
A iniciativa impõe limitação administrativa e provisória de uma área de 512,83 hectares no município de Água Preta, a 135 quilômetros do Recife. O município fica na Mata Sul, onde a monocultura da cana praticamente destruiu a vegetação nativa. Agora ficam limitadas, ali, atividades que venham a prejudicar a qualidade ambiental do local, como a exploração ou corte raso da floresta e de outras formas de vegetação nativa, além de ações que causem degradação ambiental.
De acordo com a Agência Estadual de Meio Ambiente (Cprh), é muito pequena a quantidade desses indivíduos em Pernambuco. “É reduzidíssima, além de única, a população do macaco-guariba-de-mãos-ruiva no Estado. As pesquisas na área apontam que existem, no máximo, 20 macacos dessa espécie. Urge preservar o ambiente onde eles vivem”, explica a chefe do setor de fiscalização da fauna da Cprh, Joice Brito.
A União Internacional para Conservação da Natureza (UICN) indica o macaco-guariba-de-mãos-ruiva como espécie vulnerável. “O desmatamento e as queimadas recorrentes colocam em risco de extinção a última população dessa espécie, em Pernambuco”, alerta a Cprh. Em 2016, o Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), criou um grupo de trabalho, com o objetivo de definir um Plano de Ação Emergencial para a proteção da área, onde os animais habitam. Os estudos realizados apresentam a necessidade de criação de uma unidade de conservação nessa área.
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Juliane Silva / Divulgação / Cprh