Um hospital que parece circo

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Um hospital muito louco, que mais parece um picadeiro, e no qual o cotidiano é alterado pela visita de uma paciente inesperada. A situação pode parecer assustadora, mas termina sendo engraçada, já que quatro palhaços atrapalhados ajudam a desenrolar esse enredo. Esse hospital não tem nada de tradicional: lembra o ambiente do circo, em que se recebe atrações como o acrobata e o mágico. Um deles, no entanto, terá a responsabilidade de decidir o destino da humanidade. Chamado de O médico é o monstro?, este é o  novo espetáculo do Doutores da Alegria, que passa até o dia 29, na Caixa Cultural Recife, com sessões às 16h e às 18h.

O espetáculo é para crianças e adultos de todas as idades, que se divertem com bobice e besteira, mas também se encantam com a delicadeza da vida.  Com direção de Arilson Lopes e dramaturgia assinada por Cleyton Cabral, a peça faz uma brincadeira com o título da novela do escocês Robert Louis Stevenson, O médico e o monstro, clássico publicado em 1886. Mas, na verdade, o desenrolar da história contada pelo Doutores da Alegria foi inspirado no conto A morte e o médico (de autoria de Heltai Jenö, publicado no livro Antologia do conto húngaro, de Paulo Rónai) e por uma narrativa de tradição oral escocesa que trata do ciclo da vida e remonta ao século 11. “Estamos falando sobre a morte, que é drástica, encarada como esse encerramento brutal, e sobre as inúmeras perdas, mesmo aquelas pequenininhas, que parecem inofensivas. Ainda assim, conseguimos tratar desse tema sendo bobos, palhaços, com humor e leveza. É um espetáculo que alcança todas as idades”, conta Arilson Lopes, que também é coordenador artístico da unidade Recife do Doutores da Alegria.

Sobre a associação entre “médico” e “monstro”, o coordenador explica que esse médico é o próprio “besteirologista”, especialidade do Doutores da Alegria nos hospitais. “Não sabemos de onde vem o medo que muitas crianças têm da figura do palhaço. Médico e palhaço se alinham neste lugar do temor”, avalia.  Entre os personagens, estão uma enfermeira que dança rumba (Dra. Baju, Juliana de Almeida); o maqueiro-acrobata (Dr. Dud Grud, Eduardo Filho); e o médico e dono do circo (Dra. Svenza, Luciana Pontual). A paciente misteriosa é interpretada por Dra. MonaLisa (Greyce Braga).

Doutores da Alegria é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que introduziu a arte do palhaço no universo da saúde, intervindo junto a crianças, adolescentes e outros públicos em situação de vulnerabilidade e risco social em hospitais públicos. Fundada em 1991 por Wellington Nogueira, transita pelos campos da saúde, da cultura e da assistência social e reforça a cultura como um direito de todos. Desenvolve o Programa de Palhaços em 12 hospitais de São Paulo e Recife. No Rio de Janeiro, com o projeto Plateias Hospitalares, mantém uma programação artística permanente e diversa em seis hospitais. A Escola Doutores da Alegria traz formações diversas para o público em geral e para artistas e, entre suas iniciativas, se destaca o Programa de Formação de Palhaço para Jovens.

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Serviço:
O quê: O médico é o monstro?
Quando: De 26 a 29 de dezembro, sempre em duas sessões, às 16h e às 18h
Onde: CAIXA Cultural Recife (Av. Alfredo Lisboa, 505, Praça do Marco Zero, Bairro do Recife)
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada). À venda na bilheteria da Caixa, uma hora antes de cada sessão
Informações: (81) 3425-1915
Duração: 1h
Classificação: indicado para maiores de 6 anos
Capacidade: 80 lugares

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Divulgação

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