Todos os anos, a história se repete no no carnaval do Recife e Olinda. É o desfile de O Galo da Madrugada, é a espera pela saída do Homem da Meia Noite. E por aí vai. E também uma profusão de blocos, como o próprio Galo, que já foi bem pequeno um dia. Essa semana, encontrei com o Tá na Hora no Recife Antigo.
Lembro dele quando era o bloco do eu sozinho, apenas um estandarte, com um relógio de parede redondo que saía em todas as agremiações de Olinda. O Tá na hora cresceu, tem orquestra, e arrastou uma multidão de foliões. Até o segui, pelas ruas do bairro do Recife – Recife Antigo para os órgãos de turismo – ao som do frevo. Outro que me chama a atenção é O Menino da Barriga de Fora. A primeira vez que o encontrei, usava uma camisa acanhada de chita, mas a orquestra era ótima.
O boneco gigante que dá nome ao bloco, usa a camisa aberta e quando roda, a barriga aparece. No último carnaval que o vi, tinha ficado rico. A camisa era de lamê, toda prateada e o chapéu deixara de lado a palha e virara um adereço brilhante. Queria achar O Menino. A Troça Carnavalesca Independente Nóis Sofre Mais Nóis Goza começou com quatro pessoas. Hoje enche a Rua Sete de setembro e artérias vizinhas. E o Galo, que eram dez, que passaram para 40 e hoje é um milhão?
E os Barba, no Poço da Panela, que virou um horror de gente. Mas no Mulher de Bigode, mais recente, ainda dá para brincar. Em 2018, tive o prazer de conhecer uma troça linda, A Sai Dessa Noia, que desfilou em Casa Forte, com bonecos gigantes, boi, jacaré, bruxas e outros personagens articulados com vara. Uma graça. Mas o curioso é que como em carnaval vale tudo, a agremiação aconselha as pessoas a botarem para fora suas noias. Por esse motivo, as camisetas não são padronizadas. São pintadas pelos próprios foliões e, nelas, cada qual estampa a sua noia. Povo feliz, esse, pois teve quem dissesse que sua noia é o chocolate. E viva o carnaval. Veja o vídeo do desfile com Sai dessa noia.
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É frevooooooooooooooooooooooooooooooo
Texto, foto e vídeo: Letícia Lins / #OxeRecife