Tecnologia contra o Aedes Aegypit

A ciência e a tecnologia contra o mosquito. Considerada eficiente na erradicação e controle de diversos insetos e pragas ao redor do mundo, a Técnica do Inseto Estéril (TIE) está sendo usada pela primeira vez para o controle de um grande inimigo dos pernambucanos: o Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue, da Zika e da chikungunya. Outras técnicas já foram tentadas, como a de estações disseminadoras, que servem para que o próprio mosquito espalhe larvicida. Mas  a iniciativa alvejou mais as muriçocas, que tiveram a população reduzida em 80 por cento. O Aedes também caiu, mas em apenas  25 por cento.

Já é alguma coisa. Vamos esperar que com a essa nova e contínua ação, o mosquito endiabrado desapareça de vez. Nos últimos doze meses, já foram registrados mais de 19 mill casos de dengue em Pernambuco.  A utilização do método –  desenvolvido pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) –  foi divulgada na sexta-feira, no bairro de Brasília Teimosa, Zona Sul do Recife, onde 350 mil mosquitos estéreis foram liberados. Eles copulam, mas mas não geram novos mosquitos, porque foram alvos de esterilização.

A Prefeitura do Recife utiliza a técnica de controle de natalidade através de uma parceria com a Biofábrica Moscamed, que é o Centro Colaborador da AIEA para o controle do Aedes aegypti, além do Ministério da Saúde.  Os 350 mil mosquitos estéreis lá produzidos foram liberados no ambiente, por terra e por drone (foto ao lado), com o objetivo de reduzir a reprodução do inseto. A fábrica fica na cidade de Juazeiro, na Bahia.

A utilização da Técnica do Inseto Estéril (TIE) é uma das ações do Plano de Enfrentamento às Arboviroses 2020, lançado nesta sexta-feira (20), durante evento na Unidade de Saúde da Família Bernard Van Leer, naquele bairro popular da Zona Sul do Recife.
Produzidos em Juazeiro, os machos do Aedes foram trazidos para receber radiação no Laboratório do Departamento de Energia Nuclear da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

No Centro de Emergência de Mosquitos Estéreis (Cemer) da Prefeitura do Recife, localizado no Centro de Vigilância Ambiental (CVA), em Peixinhos, os insetos foram marcados com pó colorido fluorescente e passaram por testes de resistência, antes da liberação. Na sexta, os técnicos da Biofábrica Moscamed  liberaram insetos em três pontos. “Recife já foi epicentro do problema das arboviroses, na época da tríplice epidemia, e hoje é epicentro da solução, usando uma ferramenta pioneira no mundo para controle do Aedes”, afirma Jair Virgínio, Diretor Presidente da Moscamed.

“A partir desse experimento de marcação – soltura – recaptura, vamos definir os parâmetros a serem utilizados durante a liberação contínua. Vamos saber o efeitos dos ventos, a densidade de recaptura e poderemos fazer uma associação entre o número de mosquitos estéreis e selvagens capturados”, explica ele. Nos locais onde vão acontecer a soltura, foram instaladas Estações Disseminadoras (armadilhas para que o próprio Aedes espalhe larvicida), para reduzir a população de mosquitos antes de usar a técnica da esterilização. Em Brasília Teimosa, a redução foi de 25% de Aedes aegypti e 80% de muriçoca (Cúlex Quinquefasciatus). Na próxima etapa, os mosquitos estéreis serão soltos no bairro da Mangabeira, na Zona Norte do Recife.

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Texto: Letícia Lins/ #OxeRecife
Foto: Andréa Rego Barros/ Divulgação/ PCR

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