Essa coisinha linda aí da foto acima, é uma das 6.724 tartarugas que nasceram na Praia do Paiva, Cabo de Santo Agostinho, no Litoral Sul de Pernambuco. Os ovos eclodiram na temporada de desova que teve início em dezembro de 2022. A espécie mais frequente é a tartaruga-de-pente, que somou 6.206 filhotes, 123 dos quais nascidos nesta semana. As outras são: 168 olivas, 300 cabeçudas, 50 verdes.
As informações são da Associação Geral da Reserva do Paica (AGRP), que registrou um número recorde de 92 ninhos identificados e monitorados entre o final do ano passado e os primeiros cinco meses de 2023. A AGRP acompanha as desovas e a eclosão dos ovos, pois desde 2010 mantém projeto de preservação das tartarugas marinhas. O trabalho é desenvolvido em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife.
E consiste em um monitoramento dos rastros de tartarugas deixados na praia, cercamento dos ninhos para protegê-los de possíveis predadores e acompanhamento até a eclosão. Cada ninho tem, em média, 120 ovos, que eclodem em uma janela de 45 a 60 dias. A previsão é de mais dois nascimentos de tartarugas, agora, no início de junho. Durante a ação de nascimento, são explorados os detalhes de como este trabalho é feito no bairro e como moradores e visitantes podem contribuir com a preservação da espécie.
“Nesta temporada, grande parte dos ninhos que eclodiram, até o momento, são da tartaruga-de-pente. Essa é uma espécie classificada como “em perigo” na lista de animais ameaçados de extinção e a comunidade pode contribuir de maneira significativa com o trabalho de preservação, destinando corretamente seus resíduos.”, ressalta Renan Pimentel, Analista de Operações da Associação Geral da Reserva do Paiva. O grupo recomenda, ainda, que ao avistar uma tartaruga, os moradores da região acionem o serviço “De Olho no Paiva”, pelo número (81) 99266.1696. O Cabo fica a 41 quilômetros do Recife.
Segundo a AGPR, o modelo de gestão ambiental do Paiva faz com que o bairro seja o lugar ideal para a desova de tartarugas marinhas. Lá, são realizadas, diariamente, a coleta seletiva dos resíduos e a limpeza da orla. Além disso, há um trabalho permanente de preservação da vegetação de restinga e cuidado especial com a fauna local. Outro fator essencial é a iluminação dos empreendimentos da orla, já que todas as luzes são voltadas no sentido contrário ao mar, evitando encandear e desnortear a espécie na hora da desova e do nascimento.
É que quando os bebês nascem, eles se guiam pela luminosidade do horizonte para atingir o mar. Em algumas regiões urbanas, como João Pessoa, as tartaruguinhas ficam confusas quando nascem, pois a luminosidade artificial à beira-mar atrai os bichinhos que, em muitos casos, morrem atropeladas na pista. Por esse motivo, biólogos e voluntários tentam reorientá-los após o nascimento.
Nos links abaixo você confere mais informações sobre quelônios.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Divulgação