Surge uma nova poeta: Anita Dubeux

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A nossa amizade vem século passado. Nós nos conhecemos ainda estudantes, quando trabalhávamos na Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur). Daquela época, em que nos víamos diariamente, sobrou um sólido quarteto de amigos: Anita Dubeux, Cildo Oliveira, Tereza Frazão, e esta que vos fala.  Cildo fez Direito e tornou-se artista plástico. Tereza estudou jornalismo, e optou pela vida acadêmica. Eu também fiz Jornalismo, e ralei no “batente” por mais de quatro décadas. Anita concluiu economia, fez cursos de especialização no exterior – México, França e Chile – e atuou com eficiência na área de planejamento econômico. Mas jamais permitiu que os números afetassem sua sensibilidade poética. Agora, longe dos relatórios profissionais, Anita se revela a mais nova poeta de Pernambuco. E a delicadeza dos seus versos se denuncia no título do seu livro de estreia: Círculo de Seda, que será lançado em noite de autógrafos, na Arte Plural Galeria, a partir das 19h da próxima quarta-feira (dia 20).

Apesar da vida profissional atribulada, Anita nunca abriu mão de três atividades que lhe dão imenso prazer: a leitura, a escrita e a pintura. Leitora compulsiva, terminou buscando fonte de inspiração em Emily Dickinson, Emily Bronté, Jorge de Sena, Hilda Hilst, William Blake, Walt Whitman, entre outros. “A leitura é absolutamente essencial”, me diz Anita. “A realidade é muito dura, e a gente busca na literatura aquilo que for de extraordinária beleza” afirma minha amiga, pessoa de vida interior muito rica, mas muito rica mesmo. “Isso me ajudou a enfrentar as vicissitudes da vida, onde dei sempre prioridade ao que enriquece o espírito, encontrando a seda, em ambiente árido”. Eu diria, de minha parte, que Anita teceu a seda, pois seu livro – como tudo que faz –  é de extrema delicadeza.

São 27 poemas, escritos em Pernambuco (onde nasceu). E também, no Rio de Janeiro e Piauí, estados onde morou por conveniência profissional. Os poemas foram escritos ao longo de 36 anos. “O ofício de escrever sempre esteve comigo, paralelo à minha atividade na área de planejamento econômico. Somente após o afastamento da vida profissional, no início de 2016, pude dedicar mais tempo à poesia, quando surgiu a ideia do livro”, conta.  Logo no início da aposentadoria, ela ingressou na Oficina de Criação Literária Clarice Lispector, da Escola de Psicanálise Traço-Freudiano e Veredas Lacanianas. “Nesse caminho, veio o desejo de editar o que estava escrevendo”. Mas a obra de Anita não se limita aos versos. Ela aproveita a noite de autógrafos para expor um pouco de sua arte, pois também jamais se desvinculou de  tintas e pincéis. E a obra que abre a exposição, é justamente Círculo de Seda, com o qual ilustra a capa do seu primeiro livro. Anita é quem, é gente.

Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife

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