Toda revolução tem sua razão de existir. Estão aí a Revolução Socialista de Outubro de 1917, e a Cubana de 1959, que não deixam mentir. No primeiro caso, uma Nação oprimida pela autocracia russa do Cezar Nicolau II, espoliando o povo. No segundo, uma ilha comandada por um ditador, Fulgêncio Batista, uma espécie de capacho dos Estados Unidos, que faziam de Cuba o cassino, galinheiro e puteiro para os americanos. Nenhuma revolução, no entanto, pode ser estática. Nos dois casos, geraram ditadores que se perpetuaram no poder. Mas o mundo muda, e as revoluções, pouco a pouco, ficam como heroicas lembranças. Ou evoluem, ou os países onde ocorreram perdem o bonde da história.
Na Rússia, a União Soviética desmembrou-se, mas não se pode dizer que aquele país é uma democracia. Cuba conseguiu avanços incríveis, em áreas como a saúde e a educação, e chamou a atenção do mundo, ao derrotar uma potência como os Estados Unidos,. Mas, sem ajuda da extinta URSS, entrou em crise maior do que a que já vivia. E ainda submete seu povo a uma ditadura, quando os cubanos andam com necessidade cada vez maior de liberdade. Ou seja, a revolução já cumpriu o seu papel. E agora é olhar para a frente porque o passado ficou para trás. Há até quem diga que o tempo do socialismo já passou, no que não acredito. A necessidade vem da realidade vivida por cada país, alguns dos quais passam tempos tão difíceis quanto os vivenciados por aqueles dois países no século passado. No Brasil, ou melhor, aqui em Pernambuco, há o Centro Cultural Manoel Lisboa, que defende os preceitos de uma sociedade socialista.
E o CCML realiza na noite dessa quinta, Concerto para o Socialismo, no Teatro Santa Isabel. Será um ato celebrativo do centenário da Revolução Socialista de Outubro de 1917, que levou Lenin e o Partido Bolchevique ao poder. Coordenador do CCML, Edval Nunes Cajá, faz o maior esforço para divulgar o evento. “A grande mídia imperialista está abafando e difamando até onde pode o grande significado desse fato histórico da maior relevância para a elevação da auto estima da classe trabalhadora, que vem sofrendo violentos ataques nos seus direitos em todo o mundo”. E justifica: “Celebramos essa revolução dos trabalhadores e para os trabalhadores porque ela representou o ponto mais elevado do protagonismo dessa classe, que demonstrou ser capaz de produzir, de administrar as empresas, de governar o estado atendendo às necessidades materiais e espirituais de toda a classe trabalhadora”. Os ingressos estão sendo vendidos na bilheteria do Teatro Santa Isabel ou no próprio CCML.
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Serviço:
Concerto para o Socialismo (Atrações: Jeová da Gaita, Grupo Vozes da Resistência, Múcio Callou; e recital poético com Hilda Torres, Marcos Vinícius, Márcio Santos e Jessé Samá).
Onde: Teatro Santa Isabel
Quando: quinta-feira, 16, 19h
Quanto: R$ 20
Onde comprar: na bilheteria do Teatro Santa Isabel (Praça da República) ou co Centro Cultural Manoel Lisboa (Rua Carneiro Vilela, 130, Encruzilhada)
Texto: Letícia Lins
Foto: Divulgação / PCR (arquivo do #OxeRecife)
