O viva de hoje vai para o meu amigo querido, companheiro de folia há anos, inclusive na Troça Nóis Sofre Mais Nóis Goza. E que é uma das poucas pessoas às quais a titular do #OxeRecife deixa carregar o estandarte durante os desfiles da mais anárquica agremiação carnavalesca da cidade. Nós sempre nos dividimos na tarefa de “puxar” os foliões com a “bandeira” do bloco.
Além disso, Manoel Constantino, o Manoelzinho – para os íntimos – é amigo e confidente. Nunca esqueci de uma manhã do dia 1 de janeiro quando nós, sentados à beira-mar, em Boa Viagem, ficamos passando nossas vidas em revista. Mas de forma bem divertida. Tanto é que não vimos o tempo passar. E, de repente, já era início da tarde. E nós tínhamos chegando à praia às seis da manhã, para o tradicional banho de mar para carregar as energias. Mas isso tudo é para falar que meu amigo acaba de retornar de festival de teatro com quatro premiações para peça por ele dirigida.
Manoelzinho não é só amigo. É agitador cultural. Escreve livro, faz poesia, é ator, diretor de teatro. Às vezes, inventa de “alugar” um bar para encenar um livro seu. Ou um poema. Ou um conto. E também coleciona prêmios. Os últimos somaram quatro, arrebatados com a peça “A Batalha da Vírgula Contra o Ponto Final”, no IV Festeraguas, festival de teatro realizado em São Benedito do Sul, localizado a 179 quilômetros do Recife. O município é uma das atrações da Região Agreste de Pernambuco, devido a trilhas realizadas em suas matas e pelos seus banhos de cachoeira. Embora os veículos de comunicação do Recife não falem do Festeraguas, o festival é interessante e democrático, levando o teatro a comunidades rurais.
Uma das áreas beneficiadas é o distrito de Igarapeba, que possui uma bonita e antiga estação de trem, hoje transformada em casa de cultura. A peça foi escrita por Tarcísio Pereira, autor residente na Paraíba (não confundir com o homônimo Tarcísio Pereira, fundador da Livro 7). Foi encenada pela Cia Omoios de Teatro, com a direção de Manoel Constantino. Pois olhem só o “mói” de prêmios que o grupo trouxe para o Recife: Melhor Espetáculo, Melhor Diretor (o próprio, claro), Melhor Atriz Coadjuvante (Rose Quirino) e Melhor Figurino (Java Araújo). O Omoios atua em Pernambuco há 22 anos, sob a coordenação artística do nosso Manoelzinho. Que ainda arranja tempo para fazer a sua famosa Agenda Cultural (que passou a ser só virtual, infelizmente, desde a gestão Geraldo Júlio, do PSB), a apresentar programas na Rádio Frei Caneca, e a produzir. Manoel Constantino também tem passagem por cinema e livros reconhecidos, como o infantil “A Menina que Vendia Rosas Vermelhas”, que foi premiado em concurso realizado pela Academia Pernambucana de Letras.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Cia Omoios de Teatro / Divulgação