Sérgio Vilanova: a cara de Olinda

No dia dos 483 anos da cidade irmã do Recife, nada como falar do artista Sérgio Vilanova, 55, há 36 reproduzindo cores, personagens e festas populares de Olinda, o que faz com sua arte lúdica e mágica. Aliás, Sérgio é a cara de Olinda. Tem até quem o defina, como se fazia com o saudoso Bajado, como “um artista de Olinda”. E é. Foi ali que ele nasceu, cresceu e decidiu viver por toda a sua vida. E também fazer da cidade a sua fonte de inspiração.

O seu Atelier – o Vilanova – fica no número 224 da Rua do Amparo, considerada a mais típica da cidade. E está instalado em uma residência que, há pelo menos um século, vem passando de geração em geração na família. Ou seja, Olinda, está no DNA do artista, cuja casa vive de portas abertas para curiosos, turistas, recifenses, olindenses. Não tem pessoa que passe que não pare para admirar o trabalho alegre e colorido do artista, cujo pai foi maestro da Banda Henrique Dias, a mais tradicional de Olinda.

Foi acompanhado o pai maestro, na Banda Henrique Dias, que Sérgio Vilanova descobriu as cores de Olinda.

O maestro queria o filho músico, e até tentou ensiná-lo a tocar trompete. Também o colocava para cuidar das partituras da banda, que o quase menino acompanhava em incursões nas ruas da cidade. “Eu ia com a banda, mas de olho no que via nas ladeiras de Olinda, principalmente no carnaval”, conta. E acrescenta: “Observava fantasias, bichos, bonecos gigantes, tipos populares e só pensava em pintá-los, quando chegava em casa”, lembra. E desenhou, desenhou, pintou. E virou o artista que é hoje, com trabalhos espalhados pelo mundo. Também ostenta cinco premiações no currículo, entre os anos de 1982 e 2001.

Sérgio afirma que sua pintura tem a ver com “o Naif contemporâneo”. Seus trabalhos são lindas, alegres, pouco pretensiosas, mágicos. Trabalha com óleo, e usa diversos tipos de suporte: tela, ferro, papel, madeira. Nestas, com entalhes e pinturas. Onde tanto pode jogar uma ave estilizada, com duas cabeças, como uma onça pintada com cara de raposa. E é daí que está a graça de sua arte. Simpático, o trabalho do artista já serviu até como tema de campanha de lançamento e inauguração de navio. No caso, tudo a ver. O nome da embarcação era Olinda. “Eu amo Olinda. É uma cidade urbana, com jeito de interior, onde todo mundo se conhece”. E indaga: “Tem nada mais lindo do que comer uma tapioca no Alto da Sé, vendo o pôr do sol?”. Sérgio é quem, é gente. E de Olinda.

Leia também:
Depois da caminhada: Olinda é linda
Olinda é linda, mas…
Olinda é linda, mas… (1)
Olinda, sinos, fogos e bonecos gigantes
Carnaval para os 181 anos do Recife
O retrato de quatro séculos de história
“O Recife não cresce, incha”

Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

Continue lendo

2 comments

  1. Conheci o trabalho de Vilanova fazendo uma matéria. É encantador!!!! Olinda tá muito bem representada no dia do aniversário. Parabéns a cidade e a Letícia!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.