Nada menos de 642 animais silvestres, vítimas de tráfico ou acidentes, foram liberados este ano no Estado pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara). O balanço foi divulgado hoje pela Agência Estadual do Meio Ambiente (Cprh), que informou que 5.131 animais foram recebidos pelo Cetas nos primeiros cinco meses de 2017.
O Cetas funciona desde março de 2016 numa área de 2,6 hectares, que fica no bairro da Guabiraba, no Recife. É para lá, que são encaminhados os animais silvestres vítimas de acidentes, os resgatados, e aqueles que eram alvo de comércio ilegal. No Cetas, eles são cuidados e preparados para serem devolvidos à natureza, em áreas de solturas do Estado monitoradas pela Cprh. O mês de maio foi o que registrou maior recebimento de animais, nada menos de 1.529 novos visitantes. De janeiro a maio, o Cetas recebeu aves (4.500), répteis (323), mamíferos (268), e mesmo animais exóticos (36). Até aracnídeos estão sendo cuidados no Cetas.
Entre os exóticos encontram-se calopsitas, aves muito disputadas por colecionadores e também utilizadas como “decoração” em residências, em gaiolas cada vez mais sofisticadas. Já entre os mamíferos, há tamanduás (foto), preguiças e até um filhote de onça, que foi achado sem a mãe no Sertão de Pernambuco. A movimentação crescente no Cetas se deve, em parte, à atuação mais ofensiva da 1ª Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma), da Polícia Militar, com constantes ações de fiscalização no Grande Recife e outras regiões do Estado.
Estima-se, hoje, que de 30% a 40% dos animais levados ao Cetas sejam justamente os resgatados e apreendidos por policiais do Cipoma, às vezes em operações que têm a participação de agentes ambientais da CPRH. Na última terça-feira (13) nos bairros da Torre e Dois Irmãos, no Recife, 32 aves foram apreendidas em residências. Entre eles um papagaio-verdadeiro, espécie ameaçada de extinção. Apesar de ser silvestre, o papagaio ainda é encarado como bicho de estimação em muias residências no Estado, principalmente no interior. Mas ter esse animal em cativeiro é crime.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação / Cprh