Segurança preocupa no Litoral

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É uma pena. Mas está ocorrendo. Tenho visto reclamações, nos jornais locais, quanto à falta de segurança em nossos paraísos tropicais: Porto de Galinhas e São José da Coroa Grande (Litoral Sul) e na Ilha de Itamaracá (Litoral Norte). E até na praia de Boa Viagem, a principal do Recife.  Aqui, no #OxeRecife, também chegam queixas de veranistas e frequentadores das quatro praias. Relatam assaltos até mesmo na areia, à beira-mar. E essa é uma realidade triste, porque nem no momento do lazer, o pernambucano tem chance de relaxar.

Em Pernambuco, o assunto violência ocorre em todos os lugares: na fila do ônibus, na do banco, no bar, na aula de ginástica e… na praia. No caso de São José da Coroa Grande – antes um local muito tranquilo – a situação é gravíssima. O município, localizado a 123 quilômetros do Recife, já não são só os assaltos que preocupam. Ali é onde mais se mata em Pernambuco, em termos proporcionais. A taxa chega a 106,5 crimes letais intencionais por grupos de 100 mil habitantes. De janeiro a julho de 2017, foram assassinadas ali 22 pessoas.  Pode parecer pouco, mas São José só possui 22 mil habitantes. Ou seja, há registro de pouco mais de uma morte violenta por cada grupo de mil moradores. A taxa só não é maior do que Caracas, tida como a capital mais violenta do mundo, onde 119 pessoas são assassinadas, por cada grupo de 100 mil moradores.

Por conta disso,  autoridades estiveram esta semana na Secretaria de Defesa Social (SDS), onde foram pedir  providências para conter a espiral de violência que assola o município. Foram dois deputados – o estadual José Maurício Cavalcanti (PP) e o federal João Fernando Coutinho (PSB) – e o Prefeito de São José, Tel Lajes (PEN).  O titular da SDS, Antônio de Pádua resvalou para a justificativa mais cômoda. Disse que os assassinatos, em sua grande maioria, têm “origem no vizinho estado de Alagoas”. Estranhei essa declaração. Dia desses, estive em Porto de Pedras, em Alagoas, e percebi que a população não se queixa da insegurança. Fecham as casas e até deixam objetos nos jardins e nos terraços, sem a menor preocupação com furtos.  Quando retornam, está tudo no mesmo lugar: redes, mesas, cadeiras, até aquelas de alumínio, de levar à praia. Um casal amigo viajou para o exterior, deixou tudo assim. E quando voltou, pasmem, estava tudo do jeito que ficou antes do embarque.

O Secretário disse  que dos 29 homicídios registrados este ano, 73 por cento têm relação com o tráfico de drogas. À exceção de dois homens, todas as outras vítimas “eram bandidos”. E os fois que não tinham ficha policial, teriam sido assassinados porque “estavam com bandidos” E  daí? Ao povo interessa é segurança, e não explicação sobre a origem (se Alagoas ou Pernambuco) e motivação dos crimes (disputa por boca de fumo).  Então vamos lá. Pelo menos, uma notícia boa.  No Litoral Sul pode haver reforço policial no verão. É que de acordo com o Secretário, em outubro –  na alta estação– será inaugurado o Batalhão Independente de Tamandaré, que atenderá a todo o Litoral Sul. E em fevereiro, tem “reabertura” da delegacia da cidade. E estava fechada, foi?… Em caso positivo, essa é mais uma explicação para a explosão de violência. Pois chequei a informação. Estava fechada mesmo. Quem já viu cidade sem delegacia? Pádua disse, ainda, que todas as praias serão beneficiadas com Operação Verão Seguro. Segurança é tudo que queremos. E que, aliás, temos direito como cidadãos.

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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife

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