Falta menos de um mês para a mais popular festa religiosa de Pernambuco e o principal morro da Zona Norte, agora transformado em Santuário, já está se vestindo de azul e branco. São com as cores de Nossa Senhora da Conceição, que começam a ser pintadas nada menos de 600 imóveis daquele alto, no bairro de Casa Amarela. O trabalho que deve ser concluído até o dia 8 de dezembro, quando milhares de fiéis sobem as ladeiras dali para reverenciar a Santa. Há duas semanas, chegou lá o Projeto Mais Vida nos Morros, que vem mudando a paisagem de altos do Recife.
Até o momento, cinco áreas populares da cidade foram contempladas com o projeto, que é tido pela Prefeitura como “modelo de gestão pública, colaborativa, cidadania e desenvolvimento sustentável para os morros do Recife”. Já receberam intervenção o Alto do Maracanã, o Córrego do Jenipapo, Mangabeira / Alto José do Pinho, na Zona Norte, onde também está sendo concluído trabalho no Alto Santa Isabel. Na Zona Sul, foi contemplada a área de Três Carneiros / Ibura, um dos mais populosos elevados da Zona Sul do Recife. A ação é executada pela Secretaria Executiva de Inovação Urbana.

O projeto, além de resgatar a auto-estima dos moradores, termina motivando-os a zelar mais pelos seus bairros. O objetivo do Mais Vida nos Morros é justamente despertar na população mudança de comportamento, em relação a questões urbanas e ambientais. A ação já atendeu 2.100 famílias de áreas de morro do Recife. Conta com com a participação da iniciativa privada através das Tintas Iquine, Armazéns Coral, Concrepoxi Artefatos, Grupo Asa e empresa Soll.
Além da pintura das casas, o projeto leva também para os morros e altos do Recife hortas comunitárias diferenciadas, parklets, áreas de convivência, minhocários para compostagem do lixo orgânico, eliminação de pontos de acúmulo de lixo, arte urbana, paisagismo e humanização das ruas. Um dos objetivos da iniciativa é também o fomento do desenvolvimento econômico local, com ações de empreendedorismo e economia criativa. Mas nessa parte, pelo menos por onde andei, ainda tem muito a ser feito. É só circular lá por cima para ver.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Andréa Rego Barros / Divulgação / PCR