Nem tudo, no Sítio da Trindade, se resume nessa quarta-feira (18) à Procissão dos Santos Juninos, que é dedicada a São José, Santo Antônio, São João e São Pedro. Todos esses santos católicos possuem correspondentes no sincretismo religioso, podendo ser associados a Xangô, Ogum ou até Exu, dependendo da região. São João, por exemplo, é reverenciado como Xangô, no candomblé e na umbanda.
Os demais podem ser reverenciados também como Xangô (São Pedro) ou Xangô Aganju (São José). Já Santo Antônio chega a ser encarado como Exu. Pois nessa quarta-feira, tudo se confunde, a religião católica com o sagrado de matriz africana, quando se realiza a 17ª edição da Exposição Culinária Afro-brasileira. A programação, realizada pelo Terreiro ILÉ ÀṢẸ ẸGBẸ́ AWO, tem início às 18h, no Sítio da Trindade, reunindo 10 expositores, 20 músicos e 25 sacerdotes e sacerdotisas, para festejar a culinária tradicional de terreiro e do ciclo junino. É mais ou menos no mesmo horário que chegam andores e bandeiras da Procissão dos Santos Juninos, que sai do Santuário do Morro da Conceição encerrando seu cortejo no Sítio, o maior e mais tradicional arraial do Recife.

A exposição oferece mais de seis mil itens para degustação do público. Segundo os organizadores do evento, haverá comida sagrada de todas as divindades africanas das Tradições Ẹ̀gbá fincadas no Brasil. “É uma celebração muito importante: além de ser a mais antiga em todo o estado, promove o diálogo de paz e respeito entre diferentes tradições e sagrados”, diz Mãe Elza, organizadora do evento. “Teremos azeite de dendê para Ẹ̀ṣù, mel para Òṣàlá, milho e canjica para os devotos de São João: festa para todos os gostos!”
A programação começa musical, com sirè para as divindades Òrìṣà, Nkise e Vodun, das tradições fincadas Nàgó, Ketu, Angola e Jeje. Após o término dos cânticos a Ẹ̀ṢÙ, terá início a degustação de preparos e pratos, distribuídos gratuitamente pelos expositores. Diz Carmen Lélis, pesquisadora da Prefeitura.
“As comidas litúrgicas no candomblé também funcionam como formas de integração entre homens e deuses e entre os homens e seus iguais, servindo como elo de socialização para as comunidades e também como conexão entre a natureza e seus mistérios, sua energia e os seres intangíveis: uma emanação do axé! Nos terreiros, tudo come. E não tem festa no candomblé sem comida. Comer é uma grande celebração”
Ela explica que os festejos juninos remetem a rituais pagãos da Europa pré-cristã e tinham relação com o fogo e a fertilidade. Mais tarde, o dia 24 de junho passou a ser significativo para os católicos, pois é quando se comemora o nascimento de São João Batista, o santo que batizou Jesus Cristo. Depois também a data passou a ser muito importante para as religiões afro-brasileiras, já que é dedicada a Xangô, o orixá da justiça. E acrescenta:
Tanto São João quanto Xangô são homenageados através de um símbolo tradicional das festas juninas: a fogueira.
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Serviço
17ª edição da Exposição Culinária Afro-brasileira
Data: Quarta-feira, 18 de junho
Horário: 18h
Local: Sítio Trindade, na Estrada do Arraial, Casa Amarela
Entrada franca
PROGRAMAÇÃO
18h – Apresentação Cultural
19h – CELEBRAÇÃO ANCESTRAL e INÍCIO DO ṢIRÈ
Àdúrà(reza), Orin(cânticos) Òrìsà, Vodun, Nkise
Cânticos à Divindade ÈṢÙ
19h30 – Início da Degustação – Continuação do ṢIRÈ (cânticos) – Grande Roda
20h – Entrega da Comenda “Gente que realiza”
20h30 – Celebração à Divindade ṢÀNGÓ – Todos dançam e cantam celebrando o Elemento Sagrado do Rei – Fogo
21h – Entrega do Prêmio – ÌYÁBÀSÉ 2025
23h – Término do ṢIRÈ – ENCERRAMENTO
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação PCR