Estou esperando que os candidatos a Prefeito digam logo quais as ações que pretendem implantar para que a população possa andar ou pedalar com mais segurança no Recife. Porque se pelo menos os ciclistas já contam com algumas faixas exclusivas – porém poucas – o pedestre não tem como andar sem correr perigo, devido à má conservação do asfalto e das calçadas.
E a cidadania a pé, como é que fica? Nesses tempos de pandemia, a melhor forma de evitar o contágio pelo coronavírus é fazendo percursos a pé ou de bike. E evitar, ao máximo, o transporte público, cujos ônibus e trens circulam apinhados de passageiros, na contramão do que determinam os protocolos de segurança sanitária, que apregoam o distanciamento. Porém há pessoas que, mesmo trabalhando perto de casa, temem levar tombo, devido às condições precárias nos nossos caminhos. Usam o transporte coletivo ou particular.
Os riscos estão nas calçadas esburacadas e detonadas que provocam ferimentos e fraturas, ou no asfalto. Pois este, além de irregular, possui muitas armadilhas. É impressionante o descaso do poder público com a segurança do cidadão no Recife. Em cada esquina, um perigo. São tampas de concreto desgastadas, ferragens expostas, calçadas que impõem dificuldades ainda maiores a pessoas idosas ou com problemas de mobilidade. Cadeirante? É sofrimento demais para se deslocar. Acessibilidade zero.
Tudo isso deixa o cidadão revoltado. Se ele paga seus impostos, tem direito à oferta de bons serviços, por tudo que pagou. Essas duas armadilhas da foto ficam na Zona Norte do Recife. E foram encontradas em caminhada matinal pelos bairros de Apipucos, Casa Forte, Parnamirim, Casa Amarela. A primeira (redonda) fica em pleno asfalto, na Estrada do Arraial, à altura da Vila dos Comerciários, área de grande movimento. Um perigo para quem faz a travessia, tipo depois do coice, a queda. A pessoa cai e corre o risco de ser atropelada. O outro fica na calçada do Parque Apipucos, um dos mais abandonados do Recife. A lei diz que calçadas são de responsabilidade de proprietários de imóveis. Mas quando o equipamento é público, a manutenção é responsabilidade da Prefeitura. Mas… cadê? Como se não bastasse tudo desabando no interior do chamado Parque Maximiano Campos (em homenagem ao avô de um dos candidatos), a pessoa ainda corre o risco de desabar no chão, diante de um descalabro desse. Resta perguntar: essas tampas são feitas com cimento ou areia?
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife