Rio com lixo para turista ver

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Dia desses,  fui ao Paço Alfândega, com um grupo de amigos. E resolvi passear pela calçada que margeia o Rio Capibaribe. Fiquei morta de vergonha. A maré estava baixa, e “trilhas de lixo” – como classificou um deles – se espalhavam pelo leito do Rio. E isso mostra o quanto nossa cidade tem a aprender. Falta educação doméstica e sobra indiferença quanto à questão do meio ambiente, ao cuidado com o verde de nossas árvores e também de nossas águas.

Eu nunca entendi porque a calçada do Paço Alfândega – que é bem larga – e a do outro lado da rua não são utilizadas com mesinhas, ombrelones, para que se pudesse contemplar a paisagem. A exemplo do que já ocorre com o Cais do Imperador, do outro lado do Rio. Em outra cidade, tanto a calçada do Paço quanto a que tem a estátua de Ascenso Ferreira seriam valorizadas e não esquecidas, já que possuem bastante espaço e a ocupação não atrapalharia a mobilidade. Talvez até ajudasse, pois como elas possuem muita largura, já tem ciclistas e até motoqueiros fazendo da área pista de corrida. Dia desses eu quase era atropelada ali.

É uma pena que o nosso “Cão sem plumas” esteja virando um esgoto e um lixão a céu aberto. Lixo para todos os lados.

Termino pensando que a não ocupação do calçadão é uma estratégia para que os turistas não vejam o mar de lixo que virou o Rio Capibaribe. E bota lixo nisso. A Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), informou que na segunda-feira deu início a mais uma ação de limpeza das áreas de manguezal do Rio Capibaribe. “Desta vez o trabalho acontece ao longo do Cais da Alfândega e também no Cais da Aurora”, informa. Acrescenta que a ação  mobiliza onze homens, com apoio de três caçambas estacionárias. O serviço se estende até a quinta-feira (05), a depender da quantidade de resíduos. Até o final da ação a Emlurb espera recolher aproximadamente de 25 toneladas de entulhos das margens do rio.

“A cada 30 dias, a Emlurb realiza a limpeza nos manguezais que margeiam o rio Capibaribe”, informa. Eu penso, no entanto, que essas intervenções deveriam ser permanentes. E não de mês em mês. Os trechos mais visados pela Emlurb são: Rua da Aurora (entre a Rua da Imperatriz e a Avenida Norte) beneficiando também a vegetação que fica em frente à Casa da Cultura; e ainda áreas em frente ao Paço Alfândega, bairro do Recife Antigo, Cais José Estelita, Cabanga e nos bairros da Jaqueira e Poço da Panela. Segundo a Emlurb, o Ecobarco também atua, recolhendo lixos superficiais em todos os trechos navegáveis, compreendidos entre o  bairro do Recife e a BR 101. “A cobertura é de aproximadamente 35 quilômetros”. A grande maioria do lixo removido é de garrafas plásticas, mas também são encontrados colchões, móveis, sapatos e peças de aparelhos eletrônicos.  O #OxeRecife pediu à Emlurb um balanço do lixo retirado em 2017, mas não obteve resposta.Só não não sei porquê.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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