#RecifeEmergênciaClimática (9): Rua da Imperatriz

Tanta história…. e desse jeito que vocês estão vendo na foto. Como se não bastasse mais de 30 lojas fechadas  (o fenômeno já vinha acontecendo antes da pandemia), a Rua da Imperatriz está cada vez mais inóspita. Só lhe resta uma única e agonizante árvore em toda a sua extensão que, pelo visto, não vai demorar muito no Recife da Emergência Climática e cada dia mais carente de verde.

Dizem que o comércio do centro da cidade está em crise. Que os clientes preferem os shopping-centers. Mas observem bem a Rua da Imperatriz e me informem qual o atrativo não só para os pernambucanos como também para os turistas.  Embora seja exclusiva de pedestres, a via não tem sombra, banquinhos de praça (que estimulem o convívio social), equipamentos urbanos decorativos, vegetação… Nada, mas nada mesmo que a torne mais agradável e que motive o visitante a permanecer ali por mais tempo.

Na esquina da Rua da Imperatriz, a Matriz da Boa Vista fica de frente para a Rua do Hospício, onde está plantada essa árvore.

Os seus prédios antigos infelizmente estão descaracterizados por ação dos próprios comerciantes. Como se fosse vergonhoso respeitar o passado da cidade. A Rua da Imperatriz era antes chamada de Aterro da Boa Vista até meados do século 19, mesmo já tendo virado rua a partir de 1740, em função da construção de uma ponte. Mas passou a chamar-se Rua Imperatriz Tereza Cristina em homenagem à mulher do Imperador Pedro II, que visitou o Recife em novembro de 1859. Depois passaria a se chamar Dr Rosa e Silva, Floriano Peixoto e e terminaria por voltar ao nome original, que a  própria população se encarregou de abreviar.

Seu nome pomposo fazia jus ao movimento do início do século passado, quando a sociedade frequentava o Cinema Helvética, depois transformado em Teatro Café Concerto.  Era a época áurea do cinema mudo. Em uma de suas esquinas, está a belíssima Ponte da Boa Vista (1870). Do outro, a Matriz da Boa Vista, que passou mais de um século sendo construída (1784-1889) e a histórica Praça Maciel Pinheiro. Nos carnavais passados, a Imperatriz era passagem obrigatória do corso e de blocos. Na Rua da Imperatriz fica o sobrado onde nasceu o abolicionista Joaquim Nabuco (na esquina com a Bulhões Marques), que está quase em ruínas. E ali bem pertinho, na Maciel Pinheiro, o  casarão onde a escritora Clarice Lispector passou parte da infância.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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