Sinceramente, é de dar pena a situação de muitas das praças do Recife. Até parece que a capital virou terra de ninguém. Já chamei atenção várias vezes, aqui, para a decadência da Praça Solange Pinto, mas não custa nada reclamar de novo. Porque, como diz o ditado, quem cala consente. É na Praça que fica o Mercado da Madalena, um dos mais frequentados do Recife e que, em tempos sem pandemia, funciona como saudável ponto de encontro dos moradores de vários bairros das zonas Norte e Oeste.
Como faço todos os finais de semana, fui ao Mercado domingo para as compras de sempre: queijo, castanha, carne de sol. Com a pandemia, estou indo menos, uma vez por mês. Mas me deu uma grande tristeza, ao observar que a situação da Praça vai de mal a pior. E que a decadência se agravou em um mês. Virou um chiqueiro, um depósito de tralhas, de lixo, como vocês podem observar na foto acima. Durante uma obra feita no Mercado, foi construído um quartinho para guardar o material da construção. A obra não foi concluída e o monstrengo erguido na praça não foi demolido pela empresa contratada. Pior: Ficou assim mesmo.Bagunça pura.
Ninguém teve o cuidado de remover. Praça é área pública, e cabe à Prefeitura fiscalização e manutenção. Com seu gradeado sendo usado por moradores de rua para estender roupas, o gramado totalmente arrasado e sem manutenção adequada, a Praça virou o retrato da forma como a gestão pública cuida das áreas verdes e de lazer do Recife. O mercado passa por nova reforma, mas – por enquanto – não há nenhum projeto para recuperação da Praça. A impressão que se tem, ao passar por um local que poderia ser tão aprazível, é que o Recife realmente virou terra de ninguém.
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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife