Viva a nossa diversidade musical! É frevo (de rua, de bloco, frevo-canção), é maracatu (do tipo Nação ou rural), é ciranda. São os caboclinhos, os afoxés, os ursos. São as jornadas dos nossos pastoris. E ainda o brega, e o manguebeat. É o baião, é o xaxado, é o forró. Para cada manifestação da nossa cultura, um som, um ritmo. E são muitos os que ditam a nossa musicalidade. Não é à toa, portanto, que o Recife tenha acabado de receber da Unesco o título de Cidade Criativa, na categoria Música.
Agora, nossa cidade – tão musical – compõe a Rede de Cidades Criativas da Unesco, formada por 295 cidades em 90 países. A rede tem por objetivo favorecer a cooperação e o fortalecimento da criatividade como fator estratégico de desenvolvimento sustentável, nos aspectos econômico, social, cultural ou ambiental. “Esse título, que coloca o Recife na Rede de Cidades Criativas, grupo internacional de intercâmbio e construção de caminhos conjuntos, é um reconhecimento à riqueza e à pluralidade da música recifense, parte de uma grande diversidade de expressões e manifestações, fortes em todos os campos culturais”, comemora o Secretário de Cultura do Recife, Ricardo Melo
“Isso reforça a importância de assegurarmos, cada vez mais, o papel da cultura como estratégico, no fortalecimento e no desenvolvimento da cidade. Integrar essa Rede é mais uma demonstração da nossa força cultural. O Recife é Cidade Criativa. Sabemos e vivemos isso no nosso cotidiano. Agora temos o reconhecimento de uma entidade internacional, que articula e promove o intercâmbio entre cidades do mundo todo. A cultura recifense se reafirma nas suas tradições e também se reinventa. Ela liga nossa história e memória com o nosso futuro, apontando para novos caminhos”, completa o Secretário. É um título para se comemorar, não é não?
Recife e Campina Grande, na Paraíba, foram as duas únicas candidaturas brasileiras confirmadas entre as 49 cidades que passaram a integrar a Rede. O título é resultado do trabalho de escuta de representantes da cena musical recifense e seus variados estilos, ritmos e vocações sonoras. A escuta embasou a candidatura apresentada à Unesco pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, com chancela da Comissão Nacional, no último mês de junho. Das 295 cidades no mundo que integram a rede, agora são doze brasileiras, com a indicação do Recife e da cidade paraibana. O título de Cidade Criativa, criado em 2004, havia sido concedido até hoje dez outras cidades brasileiras: Belém (PA), Florianópolis (SC), Paraty (RJ) e Belo Horizonte (MG), no campo da gastronomia; Brasília (DF), Curitiba (PR) e Fortaleza (CE), em design; João Pessoa (PB), em artesanato e artes populares; Salvador (BA), na música; e Santos (SP), no cinema. Agora, somam doze, com o acréscimo do Recife e Campina Grande.
Leia também
Livro: Quinteto Violado, 50 anos
New Orleans e Recife: Jazz e frevo
Música: Martins brilha em live sob o sol
Almério “desempena” na Bahia
Almério, Claudionor, Nonô, Nena Queiroga e caboclinhos
“Desempena”, Almério! Você vai longe
Almério e Silvério Pessoa no Marco Zero
Almério é um absurdo
Valencianas: ingressos esgotados
A Doce Menina de Ceceu Valença
Trio segue caminho de pais famosos
Kizomba, Kuduro, Funaná e frevo
Lady na mesa e louca na cama
Novata, Bia Villa-Chan canta com veteranos
Palestina do Recife: Cadê nosso país?
Publius mostra música inédita em live
Uana Mahim: Sou preta, negra e fera
Música no Palácio: frevo, baião, choro
Música no Palácio tem tributo a Nat King Cole
Arthur Phelipe trocou a carreira camerística pela música popular
Quarteto Encore: popular e erudito
Blue Jeans: Negro em cada canto
“Pernambuco é meu canto “bombou”
Viva o chorinho em concertos gratuitos
Música no Palácio: do chorinho ao frevo
Dia de música no Palácio
Música no Palácio bombou hoje
Programa nota 10 só me custou R$ 2
Música no Palácio atrai bikes e andantes
Cesta de música: MPB, black e LGTBTQI
Repertório Junino no Música no Palácio
Música no Palácio: do chorinho ao frevo
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Letícia Lins e Daniel Tavares / PCR (Acervo #OxeRecife)