Instalada no século 19, construída com trilhos de linhas ferroviárias e totalmente desmontável – embora nós desejemos que ela seja eterna – a Ponte da Boa Vista foi eleita pelo Grupo Amantes do Recife como a mais bonita da cidade. E é mesmo. Imponente, colorida e ostentando fatos históricos nos pilares de suas cabeceiras, ela é a cara do Recife. No passado, possuía banquinhos, onde às tardes se reuniam pessoas da sociedade, políticos, jornalistas. E, claro, os fofoqueiros de plantão. Muitos dos assuntos que ali eram discutidos, viravam manchetes dos jornais em uma época em que elas só apareciam no dia seguinte. Até o início do século passado ela tinha para os recifenses a mesma importância hoje atribuída às redes sociais. Ali se sabia tudo que acontecia na cidade.
A ponte – talvez a mais icônica da capital pernambucana – cruza o Rio Capibaribe, ligando os bairros de Santo Antônio e Boa Vista. Porém tem sido alvo constante de atos de vandalismo. Já roubaram suas antigas luminárias, retiram as telas de proteção e, pior, vivem furtando os cilindros horizontais que formam o acabamento do seu guarda-corpo. No Recife, peça metálicas (nem mesmo de monumentos públicos) são poupadas pelos ladrões. Desaparece tudo que for de cobre, ferro, bronze ou aço. Os marginais normalmente as utilizam para vender em lojas de ferro velho, que funcionam como receptadores. Infelizmente.
Já denunciamos várias vezes os furtos de peças da Ponte da Boa Vista. O próprio grupo Amantes do Recife já fez até protesto contra as constantes pilhagens que ali acontecem. Nas últimas, no mês de agosto, foram retirados nada menos de 40 metros de extensão de peças metálicas que, felizmente, já sofreram reposição por parte da Autarquia de Limpeza Urbana e Manutenção do Recife (Emlurb).
Porém falta pintá-las, pois ainda estão brancas. A Emlurb informa que deixará a ponte como estava antes. De acordo com a instituição, a reposição custou R$ 35 mil aos cofres públicos. Somando todas as outras, nem sei calcular o valor do prejuízo. Agora, sinceramente, todas as pessoas que circulam no centro reclamam da iluminação deficiente da Ponte da Boa Vista. Há trechos em claro e outros no escuro. A parte onde ficam os guarda-corpos realmente são muito mal iluminadas e terminam virando facilitadores para a ação de marginais.
É impressionante como o Recife que se declara uma cidade inteligente e alardeia todas as premiações do gênero – a última foi o Selo Diamante no Conect Smart Cities 2024 – não cria um sistema inteligente, também, para monitorar melhor a segurança dos seus monumentos. Entre estes, pontes, estátuas, parques como o das Esculturas Francisco Brennand, que fica no Recife Antigo, e que foi totalmente pilhado na gestão anterior, quando 64 de suas 79 peças foram levadas por marginais.
Com o Selo Diamante da terça-feira, a Prefeitura acumula, agora, 36 prêmios que “reconhecem a capital pernambucana como referência em governo digital”. No último domingo, durante caminhada com o Grupo Bora Preservar, vi que peças que estavam com cores diferentes das demais. É que elas constituem reposição das que haviam sido surrupiadas. Porque não existe um sistema de fiscalização eficente para coibir roubos, furtos, vandalismos? Pelo menos nos monumentos?
“Ao longo dos últimos três anos, Recife tem protagonizado a cena nacional de Cidade Inteligente quando a avaliação é feita observando nível de maturidade da cidade e indicadores de responsabilidade exclusiva da prefeitura”, afirma a Prefeitura sobre os troféus. E lembra que a última “premiação reflete os avanços recentes do Recife em iniciativas como o Projeto Conecta Recife, que modernizou a infraestrutura digital da cidade, e o Programa Recife 500 Anos, que tem como objetivo transformar a cidade em um modelo de inovação e sustentabilidade até 2037, quando o Recife completará 500 anos”. Tá, ok. Por que, então, cria-se mecanismos digitais para tudo menos para proteger o patrimônio público? Alguém pode responder? Por falta desse tipo de serviço em tempo real, os cofres públicos perdem por ano entre R$ 2 e R$ 3 milhões ao ano só para repor o que os vândalos levam ou danificam….
Confira as imagens na galeria de fotos e mais informações sobre perdas e danos da cidade, nos links abaixo.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Letícia Lins/ #OxeRecife e Genival Paparazzi) / G.F.V Paparazzi / ZAP (81)995218132)/ gfvpaparazzi@gmail.com
Na Ciência da Administração aprendemos que não se faz Planejamento sem ver, ouvir, sentir, compreender e entender o que o Cidadão do outro lado da mesa pensa e quer de sua Administração. Informática é para Operar a Administração, dar suporte de seus Atos e Fatos, a máquina não fala com o Homem, ela escreve o que ele quer naquele momento, por isso esse relacionamento suicida dos Governantes para com o Recife, sofremos de Autofagia Administrativa, o assassino da Cidade acha que o voto ou pesquisas mal feitas lhe dar a chancela de destruir um Cidade e a Vida do Cidadão que nela mora, vive e sobrevive. A Cidade e seus sentimentos, formas e conteúdos passam nas correntes sanguíneas do Cidadão que a Ama e sabe do que ela precisa pra crescerem juntos. Andar pelo Recife nos dias de hoje é um exercício cardiovascular profundo, principalmente para o Cidadão que aqui nasceu e conhece seus passos e espaços. Perfeito o título , monitorar é um coisa, conhecer a História e a Vida da Cidade é outra coisa. O Recife é uma História de Amor, entre o Cidadão que em suas ruas caminha entre lágrimas, dores, alegrias, sons, sonhos, esperanças e seus espaços, um consegue compreender o que o outro sente e passa, e os monitoramentos jamais entenderão esse relacionamento sem falar e ouvir os dois, a Cidade e o Cidadão. História de Amor não se conta ou conhece em telas frias da informática. Acordem senhores governantes, andem pelo Recife, talvez passeando pelos Bares e conversando com os Boêmio do Recife vocês ouçam vozes escondidas no fundo da alma dolorida de ver o Recife morrendo em nossos braços…….passem na antiga calçada do Savoy e talvez vocês possam olhar um Poeta franzino tomando um Chopp infinito como seu Amor pelo Recife, e dando bom dia a Carlos Pena
Filho, e vocês entenderão como é que o Recife precisa ser tratado além dos desejos presos no coração e de mais de 300 Chopps gelados pelas ruas do Recife . O Recife é para se Amar e Cuidar, e quem Ama Cuida !