A pressa na conclusão e na inauguração de obras – ou mesmo a falta de bom planejamento – terminam, sempre, sobrando para o público, que tem seus salários minguados e se sacrifica para pagar em dia seus impostos, na expectativa do retorno de bons serviços. Mas quem não lembra do Parque da Macaxeira que, logo após ser entregue à população pelo então governador e candidato à sucessão presidencial Eduardo Campos (1965-2014) teve que ser fechado ao público porque seus campos de futebol inundavam a cada chuva, e seus postes davam choques? Quem já esqueceu da BR-232, que foi duplicada na gestão Jarbas Vasconcelos e teve que ser interditada na primeira chuva forte, porque virou um “rio”, já que não tinha escoamento para a água da chuva?
Voltando um pouco mais para trás, para os anos 1980, quando Roberto Magalhães era governador de Pernambuco? Que tal lembrar do antigo Terminal de Passageiros construído no Porto do Recife e que não podia receber turistas que chegava nos transatlânticos, porque a profundidade do local de ancoragem não era suficiente para comportar os calados dos navios? Pois um exemplo das intervenções apressadas pode estar no bairro popular de Casa Amarela, Zona Norte do Recife. É que o Pátio da feira – antes insalubre, cheio de barracas amontoadas e com muita lama – passou por requalificação. Ganhou espaço coberto de 3,8 mil metros quadrados, estrutura moderna e consumiu quase R$ 6,6 milhões, R$ 4,4 milhões da própria Prefeitura. A parte restante foi financiada pelo Governo Federal.
Realmente aquela área precisava mesmo de intervenção, pois parecia uma feira medieval. O problema é que apesar do investimento altíssimo, os permissionários estão se queixando de goteiras que tiram o sossego dos feirantes e clientes, conforme o #OxeRecife já mostrou aqui. Nesta semana, estivemos novamente no local. E tivemos uma boa notícia. Aliás, observamos.
É que as brechas na coberta do espaço vêm sendo remendadas. No final de semana que passou, havia operários aplicando solda nas fendas (foto acima), para que tanto o público quanto os comerciantes possam se mover com conforto. “Não sei onde isso vai parar, pois é tanta goteira, mexem tanto e não se resolve essa situação, pois parece que se tapa um buraco em um canto aparece no outro”, afirmou um feirante, que pediu para não se identificar.
Na manhã da terça voltei a passar no local, e vi novos operários tentando consertar a coberta moderna, bonita mas – parece – de pouca eficiência. Tomara que esse problema seja logo resolvido mesmo, pois a qualquer chuva o desconforto é imenso. Afinal, se tem coberta é para evitar “gato molhado”. Outra coisa que chama a atenção é que os boxes revestidos não possuem ralos para escoar água de lavagem de frutas e verduras. De qualquer forma, o moderno pátio da feira está, claro, muito melhor do que antes. Mas ainda precisa de ajustes.
Com a palavra, a Companhia de Serviços Urbanos do Recife (Csurb), que cuida de feiras e mercados públicos da cidade.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife