Quinta Nagô no Pátio de São Pedro: Afoxé Oyá Alaxé e passarela para desfile

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O Pátio de São Pedro tem uma noite diferente, nesse 18 de setembro. É a Quinta Nagô, evento mensal promovido pelo Afoxé Oyá Alaxé (foto acima). Só que hoje vai ter uma atração a mais: desfile para assinalar a conclusão da Oficina  Inclusão e Diversidade na Moda: Sonhos que se realizam numa passarela.

Os  looks não serão o mais importante, pois todas as modelos estarão de roupa preta, já que o mais importante, aqui não é o look, mas a performance das dezoito alunas, que mostrarão o que aprenderam nas aulas com a veterana e pioneira das passarelas de Moda do Recife, Marta Reis. O Início da festa está marcado para 18h. Haverá, também, apresentação do Afoxé.

A Oficina teve início em 2 de setembro com um total de 24 horas/aula e foi totalmente gratuita. Resulta de  parceria com o Centro de Design do Recife e o Afoxé Oyá Alaxé. A oficina era uma velha aspiração de Marta Reis (de roupa marrom). Ela tem quatro décadas de vivências no mundo fashion e também no carnaval, e queria compartilhar seus saberes com jovens da periferia, com prioridade para integrantes de agremiações culturais do Recife.  “A minha ideia é mostrar a cada uma o seu potencial. E para isso, primeiramente ela tem de se conhecer e se amar. Depois vem a parte técnica da passarela, onde esse amor próprio transborda”, ensina. Para ela, mesmo com o dinamismo no mercado da Moda, alguns preceitos são atemporais na profissão de modelo. “O porte, a postura e a elegância no andar são coisas que nunca vão mudar. Por mais descontraído que seja o desfile, o foco sempre será este”.  O projeto se tornou realidade através da Política Nacional Aldir Blanc PNAB – Pernambuco da Secretaria de Cultura de Pernambuco (SECULT PE). Para as alunas, muito mais do que abrir caminhos para a passarela, o que aprenderam na oficina servirá para a vida. Vivianny Lundgren, 23 anos, é uma das jovens que participaram do curso.

Ela estuda gestão em Recursos Humanos. Quando soube da oficina, achou interessante, mas pensou que teria dificuldade na passarela. “Fiz balé clássico durante muito tempo, mas eu achei que tinha perdido a postura elegante da época do balé. Os ensinamentos da oficina são importantes também para o trabalho como gestora de RH. Ter uma boa postura e ter a consciência corporal é importante para a vida”, afirma. Ela integra o Pastoril Giselly Andrade, de Água Fria, onde interpreta a personagem A Borboleta.

Já Mariana Nunes, 24 anos, além de cantar na Ciranda Rosa Vermelha do Recife, trabalha como modelo desde os 19 anos, e viu na oficina a oportunidade de se aperfeiçoar na profissão. “Nunca tinha feito um curso de passarela. Aprendi tudo pela internet”, conta Mariana. ” Nessa oficina eu aprendi a olhar mais para mim, me valorizar. Já fiz muitos testes e não passei. Hoje eu sei que foi insegurança. A aceitação do corpo é muito importante. Quando eu era criança, era chamada de girafa, isso incomodava, mas a gente aprende a valorizar as nossas características. Agora quando eu pisar na passarela vai ser diferente”, diz. No local haverá um ponto de arrecadação de alimentos para serem doados à Casa do Pão, situada no bairro de Santo Antônio. Instituição que oferece refeições a pessoas em situação de rua. A organização solicita que cada pessoa colabore com 1kg de alimento não perecível.

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SERVIÇO:
Desfile das alunas da oficina Inclusão e Diversidade na Moda, com Marta Reis e apresentação do Afoxé Oyá Alaxé
Local: Pátio de São Pedro (Bairro de São José – Recife)
Data/hora: quinta-feira, 18 de setembro, às 18h
Gratuito com arrecadação de alimentos (1kg de alimento não perecível) para doação à Casa do Pão.

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Maria Júlia Ferreira e Fran Silva

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