Alguém, por acaso, consegue andar nesta calçada? Parece mentira, mas essa cena foi colhida no último final de semana, quando as ruas ficam mais desertas. Estava integrando percurso do Grupo Caminhadas Domingueiras, pelo Centro do Recife. Andando, a gente descobre os encantos do Recife, mas também suas mazelas: calçadas obstruídas, asfalto arrebentado, falta de sinalização horizontal para pedestre, descaso com o patrimônio histórico e arquitetônico.
No caso das calçadas, o problema é crônico. Se em um domingo a situação é essa que vocês estão vendo na foto superior, em plena na Avenida Conde da Boa Vista, imaginem só durante o resto da semana… É verdade que a superlotação de camelôs, no último dia 20, não era em toda a extensão da calçada daquela via, mas tinha grande concentração entre as ruas do Hospício e Gervásio Pires. E de um jeito que as pessoas mal conseguiam se locomover.
A situação era e é, mais crítica perto do Shopping Boa Vista, onde praticamente não se caminhava livremente. Em alguns trechos da calçada, há placas informando que ali o comércio ambulante é proibido. Mas suas mensagens estão tão apagadas, quanto nulo é o cumprimento delas. Para o pedestre fica difícil.
Se andar pelas calçadas do Recife já é um suplício – devido a buracos, bueiros com tampas rachadas, ou desnivelamentos – imaginem só ter que fazer manobras corporais, em busca de espaço para passar. É verdade que com as altas taxas de desemprego, as pessoas precisam sobreviver. Mas tomando todo o espaço das calçadas da parte restante de trabalhadores, aí… também, já é demais. Solicitei informações a respeito de providências sobre essa bagaceira ao órgão competente, mas não obtive resposta. Enquanto isso, andar na calçada que é bom…
Leia também:
Acidente em calçada requer até Samu
Calçadas pedem socorro no Recife
Bagunça nas calçadas do Recife
Calçadas nada cidadãs
Todo cuidado ao pisar nessa calçada
“Revoltado com queda na calçada”
Futuro de usurpações urbanas
Pedras portuguesas sem certeza
Texto e fotos: Letícia Lins/ #OxeRecife
