Como se não bastassem os lampiões retirados de áreas emblemáticas do Recife – como a Ponte Velha e o Pátio de São Pedro – o Parque de Esculturas Francisco Brennand, no Marco Zero, virou um breu só. Estive no Bairro do Recife no último domingo, para acompanhar o aguardado desembarque de Zé Pereira e Vitalina no Museu Cais do Sertão, onde a dupla centenária se encontraria com o Homem da Meia Noite. Como eu, milhares de pessoas aguardavam a chegada dos bonecos gigantes, de frente para o Parque, que só podia ser visto até o final da tarde.
Quando a noite chegou… o Parque sumiu. Pode, um negócio destes? Sinceramente, há algumas coisas no Recife que não dá para entender. Com tanta tecnologia, câmeras de segurança, monitoramento em tempo real, e ninguém vê os vândalos destruindo tudo, como vêm fazendo em estátuas, parques e até com a decoração do carnaval? Cadê a polícia? Cadê a guarda municipal? Cadê a Emlurb? E as Secretarias de Turismo do Recife e de Pernambuco? Afinal, turistas na cidade é só o que não falta, principalmente no carnaval.

Iluminação, aliás, não é o forte do Recife. Há avenidas onde houve a troca de lâmpadas antigas por mais modernas, porém elas foram colocadas nos canteiros centrais, deixando o pedestre totalmente às escuras nas calçadas. No carnaval, em 2019, a iluminação também foi a nota ruim. A Ponte da Boa Vista, por exemplo, estava às escuras nos dias de Momo. Pior, o mesmo acontecia na Ponte Duarte Coelho, com a alegoria do Galo da Madrugada envolvo no breu da noite. No caso do Parque das Esculturas, o problema vai além da iluminação: pichações, pier precisando de reparos, calçadas quebras, obras de arte danificadas. A última vez em que vi o Parque das Esculturas iluminado foi na Festa de Aniversário do Recife, no ano passado. Mas não lembro se era luz própria ou dos refletores instalados no Marco Zero, onde houve espetáculo ao ar livre sobre o Boi Voador.
Como os problemas se acumularam – como é comum com o patrimônio da cidade (parques, praças, prédios históricos, pontes) – a cada dia a revitalização do Parque das Esculturas vai ficando mais pesada para os cofres públicos. Por que é que a manutenção é tão ignorada no Recife? Afinal, quem investe em manutenção, economiza em gastos com recuperação.
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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife