“Que árvore é essa?”

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Quando ela frutifica chama a atenção de quem passa pela Rua Agrestina, no bairro de Casa Forte. Inúmeras são as pessoas que param para fotografar a exuberância dos seus frutos caindo em cachos. Eu, inclusive. Já houve até pedestre que teve o celular roubado, enquanto se deleitava com a beleza da palmeira que intriga os passantes. Muitos perguntam: que palmeira é essa? Não sou especialista em botânica, mas adoro árvores. Saber sobre origem, frutos, flores, nomes, diversos usos. Então, enviei imagens para alguns botânicos que conheço e a primeira informação foi que a planta em questão seria  palmeira imperial.

Porém, alguns nunca tinham visto a espécie assim tão carregada de frutos e ficaram em dúvida. Resolvi, então, apelar para a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, que informou realmente tratar-se de palmeira imperial, mas ressaltando que identificação mais segura somente junto à planta ao vivo. Em todo caso, foram vários os especialistas que apontaram essa informação, a partir das fotografias por mim enviadas.  Eu também nunca vira uma palmeira imperial com cachos tão grandes. A espécie, muito comum no Brasil, não é nativa, embora nosso país seja rico em palmeiras, ostentando 500 das 2 mil espécies catalogadas em regiões tropicais, espalhados pelo mundo. A Roystonea oleracea – esse é o seu nome científico – teria entrado no Brasil de forma clandestina, sendo  que o primeiro exemplar plantado em nossa terra foi no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, pelo então Príncipe Regente Dom João VI. Por isso a planta ficou conhecida entre nós como Palmeira Imperial.

Mesmo antes da fase de maturação, os frutos ainda dourados da Palmeira imperial chamam atenção pela exuberância

A do JB do RJ floresceu pela primeira vez em 1829, porém foi derrubada por um raio em 1972.  Uns autores afirmam que a histórica palmeira teria vindo das Ilhas Maurício (África), outros dizem que veio das Antilhas (América Central).  Em todo o caso, as palmeiras imperiais existentes no nosso país são descendentes daquela, plantada pelo personagem real. A palmeira imperial do Jardim Botânico do Rio tinha cerca de 39 metros de altura quando caiu.  Aliás, pessoas com curiosidade sobre árvores tem agora com o que se divertir. É que desde maio a SMAS  criou o quadro” Que árvore é essa”, que disponibiliza informações sobre o assunto em suas redes sociais. Nele, são divulgadas espécies de árvores que são encontradas nas ruas do Recife, com ressalvas para as adequadas para a arborização urbana, assim como aquelas que são inadequadas. As postagens sobre o assunto são quinzenais.

Palmeiras imperiais ainda jovens, chamam a atenção dos pedestres na Rua Agrestina, em Casa Forte

A série pode ser acompanhada através do instagram (@recifesustentavel) e do Facebook (https://www.facebook.com/desenvolvimentorecife). “A iniciativa tem o objetivo de apresentar curiosidades, características, peculiaridades e benefícios de cada espécie”, informa a SMAS. Até porque, muitas vezes, o cidadão pensa que está fazendo um bem plantando uma árvore na calçada, que depois se revela inadequada para o espaço disponível. É o caso, por exemplo, do fícus, cujas poderosas raízes chegam a derrubar muros e abalar alicerces. Há calçada que só comporta um flamboyanzinho ou uma espirradeira. São árvores de pequeno porte, mas melhor tê-las nas calçadas do que nada.

De acordo com o chefe do Setor de Arborização e Compensações da SMAS, José Edson de Lima Torres, a iniciativa tem o propósito de compartilhar conhecimentos e experiências sobre a importância da arborização.  “A principal importância desse projeto é levar até a população o conhecimento técnico sobre as árvores e suas principais características e como ela se comporta em ambiente urbano”. Entre as árvores já abordadas, estão o pau-brasil, o ipê e a carolina. Também na fila, para destaque: sibipiruna, pau-ferro, felício, entre outras. O secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Carlos Ribeiro, acredita que com “a população conhecendo um pouco mais sobre cada espécie, pode ajudar nesse processo de conservação e manutenção das nossas árvores”. Pena que nas ruas, a gente vê um discurso bem diferente da prática. É a motosserra insana, é o arboricídio, é árvore guilhotinada e assassinada sem reposição. Só aqui no #OxeRecife, já são mais de 357 postagens sobre mais de 900 árvores que foram eliminadas da paisagem da cidade. Tudo na série #ParemDeDerrubarÁrvores, na qual se denuncia o arboricídio e a ação da motosserra insana.

Nos links abaixo, você confere informações sobre outras espécies vegetais vistas no Recife, sejam nativas ou exóticas.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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