Sabe aquele ditado que diz que “Quando o gato sai, o rato faz a festa”? Na semana passada, mostrei o abuso praticado por uma agência de automóveis, na Avenida Recife, que ocupa toda a calçada lateral com seus produtos (carros) à venda, deixando o pedestre sem alternativa, a não ser andar pelo meio da rua.
Como o poder público do município não faz nada – nem multa, nem reprime, nem vai lá dizer que não pode ser assim (pelo menos como, medida educativa) – o abuso agora duplicou. Já não é só a calçada lateral da loja que está ocupada aos finais de semana. Uma outra, defronte e onde há uma pequena pracinha, está do mesmo jeito. Ou seja, indevidamente ocupada.
Passei lá no domingo, vindo da praia. E vejam só que situação… O pedestre está sem calçada à esquerda e também à direita. Ou seja, só lhe resta mesmo, disputar o espaço dos automóveis, em pleno asfalto. Pode, um negócio desse? Cadê a Cttu, a Dircon, a Secretaria de Mobilidade? Se o poder público se omite, quem não respeita o direito do pedestre à calçada livre e segura, termina pensando que é dono do espaço que não é dele, mas de todos.
Um absurdo que não pode ser permitido, a ocupação das calçadas. Vou pedir ao urbanista Francisco Cunha para passar lá e aplicar uma multa moral. Porque se o poder público nada faz, quem luta pela cidadania, pode – pelo menos – advertir sobre o uso indevido do passeio público. Na rua que eu moro, que não tem saída, mas tem entrada para duas garagens, é comum meu direito de ir e vir não ser respeitado. Um dia, um cidadão botou o carro no meio da rua, e só tirou às sete da noite. E ainda veio cheio de direito, reclamar porque coloquei o meu atrás do dele, já que não podia entrar na minha casa. Cttu que é bom… A gente até liga. Mas não vem ninguém. Aí, já viu…
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife