Leitor aqui do #OxeRecife e que sempre me envia algum comentário pelo ZAP, meu neto Henrique, 20, vê a postagem sobre o “Música na Igreja”, no sábado à noite. E, no mesmo momento, me envia uma mensagem. “Você vai à Igreja das Fronteiras? Se for, quero ir também ao concerto”. Diante de uma proposta dessa, nem pensei duas vezes. Logo eu, que tenho por hábito ir à praia aos domingos, bem cedinho, para recarregar as energias da semana. Fomos. Soube, logo em seguida, que esse domingo era o último dia de férias e que amanhã ele está de volta às aulas da UFPE.
Então, fomos curtir. Chegamos à Igreja das Fronteiras pouco antes do início da apresentação. Logo na entrada, encontrei o historiador e turismólogo Bráulio Moura, que trabalha na Secretaria de Turismo do Recife e que me respondeu a algumas perguntas enviadas pelos leitores sobre o projeto “Recife Sagrado”, que responderei depois. Já o “Música na Igreja” é um projeto que oferta concertos gratuitos para a população uma vez por mês. E que hoje tinha um significado especial, pois comemorava a primeira década do “Circuito Sagrado”, que passou a se chamar “Recife Sagrado”, que é um programa que disponibiliza visitas guiadas a templos do Recife, com guias bilíngues.
Gostamos do que vimos. “Foi uma viagem musical, ouvi muitos gêneros hoje, do clássico ao popular”, afirmou o neto, no final do concerto. Tinha razão, foi um programa eclético, maravilhoso e… gratuito. A estrela da manhã foi a Orquestra Rivieira do Recife. O programa foi dividido em cinco momentos. O primeiro, o Momento Orquestra de Câmara nos brindou com Pequena Serenata Noturna (Mozart); Aria da quarta Corda (Bach), The Player (David F. e Carole Saer) e Game of Thrones (Ramib Djawadi). O segundo momento foi dedicado à música sacra: Jesus, Alegria dos Homens (Bach), Ave Maria (Schubert), Pai Nosso (Marcelo Rossi).
O terceiro momento, foi composto de músicas românticas, dessa vez com participação dos cantores Lucas Melo e Laila Bertani. No repertório: Com te partiro (Francesco Sartori e Lúcio Quarantotto), Can you feel the love tonighit (Elton John e Tim Rice), e Perfect (Edward Christopeher Sheerab). O quarto momento veio com clássicos da MPB e do carnaval pernambucano: Maria, Maria (Milton Nascimento), Ave Maria Sertaneja (Luiz Gonzaga), O Bom Sebastião (Getúlio Cavalcanti, Bloco da Saudade). E… A Banda (Chico Buarque). Por fim, o momento de Encerramento, com Madeira de Rosarinho, que está para Pernambuco como Cidade Maravilhosa para o Rio de Janeiro. Ou seja, mexe com nossa identidade de povo aguerrido, guerreiro, “madeira que cupim não rói”.
O último momento seria só musical, mas a pedidos do público, a dupla cantou com todo mundo que estava lá o refrão mais lembrado do carnaval recifense. Lembrete: a Igreja das Fronteiras está ligada à história do ex-Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Helder Câmara, que é alvo de processo em tramitação no Vaticano e que está a caminho de virar Santo. O pedido para que os cantores voltassem ao microfone para interpretar o “hino” carnavalesco partiu primeiro de Geralda Farias, ex-primeira dama do Recife. Todo mundo apoiou.
Segundo Bráulio Moura, ainda não está definido local nem data da próxima edição do “Música na Igreja“. Bom, encerrada a apresentação e, saindo de lá, fui dar um “rolê” com o netão: Recife Antigo, Rua do Bom Jesus, Praça do Arsenal, Marco Zero, barquinho até o Parque das Esculturas Francisco Brennand. No retorno, ainda passamos na Caixa Cultural, para a imperdível exposição “Parque de Diversões”, do saudoso artista paulista Nelson Leirner (1932-2029). Muito interessante, a expô. Recomendo!
Abaixo, informações sobre igrejas do Recife, sobre “Recife Sagrado” e ainda sobre o “Projeto Música na Igreja”.
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Texto, fotos e vídeo: Letícia Lins / #OxeRecife