Com o isolamento social imposto pela pandemia do coronavírus, as dificuldades econômicas e financeiras estão cada dia maiores. E pesam ainda mais entre aqueles que vivem na informalidade ou em situação de vulnerabilidade social. Pensando nisso, já tem gente de olho no Dia das Mães, a segunda melhor data para o comércio. É o que está sendo feito no Projeto Arte e Vida, do Movimento Pró-Criança, onde objetos femininos vêm sendo produzidos de olho na data. São colares, sandálias personalizadas, brincos, pulseiras – entre outros adereços de uso pessoal – que vêm sendo confeccionados, com a ajuda de aulas à distância. Os insumos são doados e estã garantindo o sustento financeiro e emocional das novas empreendedoras.
A confecção dos produtos é orientada pela coordenadora do projeto e educadora social, Wanessa Silva. E a execução é realizada por cada aluna na casa onde mora. Por causa da Covid-19, a professora adaptou as aulas gratuitas- que antes aconteciam presencialmente na Unidade Coelhos da ONG, na Boa Vista – para o ambiente virtual. “Estou fazendo vários cursos no Sebrae que estão me ajudando a como manter o nosso projeto mesmo estando em quarentena com foco no empreendedorismo e empoderamento feminino. Gravo as aulas, mando para elas e fico à disposição para tirar dúvidas”, explica a educadora. As peças depois de prontas são vendidas pelas próprias alunas por meio das redes sociais.
Além de garantir o sustento, a atividade evita que as mulheres enfrentem crises de ansiedade, pânico ou até mesmo em depressão. “Esse trabalho manual tem ajudado as alunas a sair da ociosidade, pois funciona como uma terapia ocupacional, que neste momento tem sido muito bem-vinda já que muitas pessoas não estão suportando as consequências psicológicas do isolamento social”, afirma.
Algumas alunas descobriram seu próprios caminhos, investindo na demanda do momento. É o caso de Ângela Maria de Souza da Silva. Ela mora com um filho de 23 anos, que está desempregado. E tem conseguido pagar o aluguel da casa, na Imbiribeira, com a venda de máscaras artesanais, peças de proteção contra o novo coronavírus. “É um dentre tantos exemplos de superação. Antes essas mulheres não tinham ideia de que poderiam ser mais do que donas de casa, hoje venceram a depressão, geram renda e garantem o sustento da família”, comemora Wanessa. O Pró-Criança é um dos braços sociais da Arquidiocese de Olinda e Recife.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Movimento Pró-Criança / Divulgação