Ação bonita, na manhã dessa sexta-feira, na Rua Apipucos. Uma preguiça adolescente, lenta que só ela, caiu de uma árvore. E se arrastava, quase parando, pelo asfalto movimentado da via, quando uma moça parou o carro, o trânsito, e resgatou o bichinho. É um animal do sexo feminino, que estava marcada para morrer, no meio do tráfego maluco do Recife. Não chegaria viva do outro lado.
Assustado, o animal nem estava tão preguiçoso assim. E chegou até a se movimentar com um pouco mais de rapidez. “Ela estava muito braba”, afirmou o Sargento César, do Décimo Primeiro Batalhão da Polícia Militar, que ficou com o bichinho, enquanto providenciava o resgate pela CPRH. O mamífero tentava chegar ao na calçada onde fica o Centro Integrado de Segurança, no qual funcionam a Polícia Militar e a Polícia Civil. Soldados do quartel telefonaram para o Cipoma, o Ibama e terminaram por procurar a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), hoje o órgão mais indicado para entregar animais. Aliás, mais indicado, não, obrigatório.
É que depois da Lei Complementar 140/2011 foi sancionada, a responsabilidade de cuidar de bichos resgatados ou apreendidos passou para os Estados, o que não deixa de ser bom, já que o setor destinado à guarda dos animais no Ibama era muito precário. Hoje, o Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres) é administrado pelo Governo de Pernambuco e é bem mais espaçoso do que o federal anterior. Fica entre Aldeia e o bairro da Guabiraba. Segundo o analista ambiental Eduardo Vasconcelos, da CPRH, a preguiça está bem. Ganhou até folhas de imbaúba e será preparada para voltar ao seu ambiente natural. Cada dia mais raras no Recife, as imbaúbas são as árvores sem as quais as preguiças não conseguem sobreviver, já que se alimentam de suas folhas.
(Foto cedida pela CPRH para #OxeRecife)
