Desativado há um ano, o prédio comercial que desabou no bairro do Pina, nesta segunda-feira, estava em obras, porém clandestinas. Não há processo de licenciamento na Prefeitura do Recife e, por esse motivo, os proprietários serão notificados. As informações são do próprio Prefeito João Campos (PSB), em suas redes sociais.
Isso indica que a fiscalização da Prefeitura sobre a execução de obras em prédios privados – residenciais ou comerciais – deixa a desejar. No bairro onde resido, por exemplo, Apipucos, o que não falta é obra clandestina, até mesmo em áreas de preservação. A Prefeitura vem, coloca placa de embargo, depois desaparece. Depois, fica tudo do mesmo jeito, e o proprietário, então, dá prosseguimento à obra ilegal que, muitas vezes, coloca em risco até a segurança dos moradores do entorno.
No caso do prédio que caiu no Pina, segundo os vizinhos, havia operários trabalhando na semana passada. No desabamento de hoje, ruiu o primeiro andar e parte da marquise. “Esse imóvel não tinha alvará para fazer reforma ou construção, e nossa equipe está apurando se estava em fase de projeto ou se já havia reforma sem autorização”, afirmou hoje o Prefeito. Felizmente não houve vítimas. O prédio fica na Avenida Domingos Ferreira, e há pouco foi feito um sobrevoo do imóvel para que a Defesa Civil avalie os laterais, para ver se há necessidade de interdição entre os prédios vizinhos. Uma faixa da Avenida Domingos Ferreira está bloqueada. Infelizmente é cada dia mais comum a ocorrência de desabamentos no Grande Recife.
Na última sexta-feira, caiu um prédio no município de Paulista, sendo que 14 pessoas morreram no desastre. Em abril, havia desabado o edifício Leme, no Jardim Atlântico, em Olinda, no qual morreram cinco. Há alguns dias, desabou uma marquise na Rua da Aurora, no Centro. Nos casos de Olinda e Paulista, foram prédios do tipo caixão, daqueles que há cerca de 6 mil com algum tipo de risco, na Região Metropolitana. Os prédios tipos caixão são tão vulneráveis a desabamentos, que estão com construção proibida desde 2005. No caso do Pina, houve irresponsabilidade do proprietário e omissão da Prefeitura, que só agiu quando o prédio caiu. Fiscalização tem que se antecipar, não é? Para evitar acidentes como o de ontem, que poderia ter sido muito mais grave, se o prédio não estivesse desocupado
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Texto: Letícia Lins / OxeRecife
Foto: Redes sociais