Já está tudo pronto na Praça de Casa Forte, para o início da 46ª edição da Festa da Vitória Régia, que começa nessa sexta-feira (8/11) e se prolonga até o próximo domingo (10/11). O evento foi criado pelo Padre Edwaldo Gomes (1932-2017), que esteve à frente a Paróquia de Casa Forte por quase 50 anos. No início, era apenas uma festa de confraternização de famílias do bairro, ligadas ou não à Igreja. Hoje atrai moradores de todos os bairros e é até Patrimônio Cultural e Imaterial do Recife.
Os mais jovens, no entanto, podem indagar: por que Festa da Vitória-Régia e não de Casa Forte? As novas gerações não sabem, mas a Praça de Casa Forte era famosa no passado porque os seus espelhos d´água eram recobertos com aquela planta aquática, que veio da Amazônia para orná-los. Os exemplares foram trazidos por um então jovem e ainda desconhecido arquiteto: Roberto Burle Marx (1909-1994), que implantava ali o seu primeiro projeto de jardim público, iniciando uma carreira vitoriosa, que o levaria ao topo dos mais importantes paisagistas do mundo. Além da Praça de Casa Forte, há cinco outras praças com sua assinatura que são tombadas pelo IPHAN, de um total de 15 jardins históricos. Uma riqueza, não é?
A Praça de Casa Forte é um dos cartões postais do Recife (foto abaixo). Aliás, uma ilha verde no hoje infelizmente verticalizado bairro de Casa Forte. Também tem muita história, pois aquele logradouro no passado era o engenho de Anna Paes, uma mulher avançada para os costumes do século 17, por conta de sua liberdade de pensamento e coragem pessoal. O engenho que ela comandava foi um dos últimos focos de resistência flamenga, durante a Insurreição Pernambucana.
Para evitar que seus equipamentos e o gramado sejam danificados na festa, a Praça foi cercada pela Prefeitura. Os quiosques e barracas ficarão ao seu redor. Hoje a festa tem finalidade social, pois o dinheiro arrecadado serve para as obras sociais da Paróquia, incluindo a Casa d Criança Marcelo Asfora, que acolhe pequenos e pequenas de sete a 14 anos, com direito a reforço escolar, alimentação, aulas de balé, de música, etc.
Uma das atrações interessantes da festa é o pastoril religioso, tradição cristã que, aos poucos, vai sumindo das festas de rua do Recife. E o de lá tem direito a tudo: Cordão Azul, Cordão Encarnado, Diana, Borboleta… e às jornadas que movimentam o Pastoril. A Praça foi dividida em quatro polos: Polo Boteco, Polo Cultural, Polo Gastro e Infantil. Nessa sexta, haverá muita animação no Polo Boteco com Raminho do Acordeon (19h10m), Mambembes (20h50m) e Pedrinho (22h10m). O Polo Cultural é o mais tradicional, pois terá Teatro da Casa da Criança Marcelo Asfora (18h10m), Pastoril (18h40m), Banda Forte (19h40m), Raf Couto (21h), Benil (22h40). O polo infantil terá atividades também, hoje: Pastoril no palco principal (18h), Circo Encantado (19h) e Frevancinha prás Famílias (20h).
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife
Festa bonita e alegre.
Estarei lá torcendo pelo cordão encarnado, desde sempre o do meu coração.