Há algumas iniciativas que custariam muito pouco e ajudariam muito na qualidade de vida da comunidade. Com criatividade e quase nenhum dinheiro, muda-se o astral de qualquer lugar. Hoje, caminhando pelo bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife, vi dois exemplos. Um positivo e um negativo.
O positivo fica na chamada Subida do Morro, no início da ladeira de acesso ao Morro da Conceição, onde ao invés dos famigerados e agressivos gelos baianos, o asfalto foi demarcado com pintura, plantas e até um banquinho que vem sendo usado como se fosse de praça pelos moradores do entorno. Caixas d´água sem uso viraram jarros com plantas o que ajuda a melhorar o ambiente em meio a uma selva de concreto, onde o verde quase sumiu.
Já o péssimo exemplo está ao lado do Centro de Saúde Professor Mário Ramos, à direito da Avenida Norte, para quem se desloca para o centro da cidade. O posto de saúde fica vizinho a um terreno que não é murado e que, portanto, deve ser área pública. E no qual uma praça cairia muito bem: banquinhos, jardins, brinquedos infantis. O terreno já possui árvores ao redor junto ao meio fio, porém nem calçada tem.
O Professor Mário Ramos se localiza na Rua Oscar de Barros, em Casa Amarela. Porém duas laterais dão para as ruas Eugênio Samico e Reverendo Antônio Gueiros, entre as quais fica o terreno, que poderia até mesmo ser uma pequena área de lazer e respiradouro para os que acorrem ao centro, em busca de atendimento médico ou vacinação.
A Eugênio Samico inclusive é cortada por um canal, ex-riacho, cujas margens – que deveriam ser jardins – estão virando matagal e depósito de lixo. Caso as margens fossem cultivadas com plantas decorativas, junto com a implantação da praça, a localidade ganharia outro aspecto. Está bom, também, da comunidade se organizar e se mobilizar.
Como fizeram os moradores que implantaram o Jardim Secreto (no Poço da Panela), a Horta Comunitária (Casa Amarela),o Alto Sustentável (no Alto José do Pinho), a Rioteca (Vila Santa Luzia, Torre). É preciso que o povo se organize, bote mãos à obra e exija do poder público a sua parte. Ele tarda mas, pressionado, termina chegando.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife